Fazer a travessia rumo à Ilha do Mel é se permitir a navegar por uma experiência em que as belezas naturais se fundem a cultura local, rica em lendas e superstições, compartilhada nas conversas fáceis de travar com a comunidade acolhedora. Partindo de Curitiba são 130 quilômetros até Pontal do Sul, de onde se realiza o embarque. Por Pontal são 20 minutos de barco, já se a opção for de Paranaguá pode levar até duas horas. As tarifas não mudam muito. De Pontal do Sul, ida e volta somam R$ 27 (R$ 13,50 para cada travessia). Já de Paranaguá são R$ 32 entre ida e volta (R$ 16 para cada viagem).
A administradora da Ilha do Mel, Suzi Albino, diz que no trajeto até a ilha o visitante tem a oportunidade de se aclimatar a experiência que está prestes a acontecer. “Costumo dizer que a travessia é uma espécie de túnel de descontaminação e defino que o turismo oferecido pela Ilha do Mel é o de experiência, reunindo tudo que o ecoturismo proporciona a vivência com um povo hospitaleiro e com situações que permitem as pessoas a fazerem a desconexão com a rotina agitada das grandes cidades”, explica.
Na dobradinha rusticidade com conforto, a Ilha do Mel atende tanto quem quer estar conectado 24 horas, quanto quem quer desplugar. O importante é saber escolher onde se hospedar entre os quase sete mil leitos oferecidos entre pousadas e campings, pois há locais com wireless e outros sem. A energia elétrica é suprida pela Companhia Paranaense de Energia (Copel) por meio de um cabo submarino que vem de Pontal do Sul. Aliás, até o segundo trimestre de 2013, a Copel deve concluir a instalação de um anel elétrico que parte de Guaraqueçaba para dar mais segurança no abastecimento das ilhas do litoral paranaense. Aliás, a assessoria da Copel informa que os lançamentos dos trechos do anel estão sendo realizados conforme as marés que influenciam no avanço das obras.
Sazonalidade reversa
Quem planeja aproveitar as altas temperaturas da próxima estação para desfrutar dos encantos da Ilha do Mel é importante sempre estar atento que o lugar é uma estação ecológica e é na alta temporada que o limite de cinco mil visitantes por dia é testado. Na virada do ano e no carnaval quase sempre a Ilha do Mel fica com a sua capacidade esgotada.Também por isso, durante os meses de janeiro e fevereiro, a Associação de Comércio e Turismo da Ilha do Mel (Acturim) evita promover eventos na ilha como ocorre no restante do ano. A ideia é jogar com a sazonalidade sem colocar em risco a preservação.
Um pouco de história
As construções encontradas na Ilha do Mel remontam ao século XVIII. A Fortaleza da Barra foi construída em 1767 por ordem do rei de Portugal, Dom José I com o intuito de proteger não apenas o local, mas o país, uma vez que em Paranaguá está um dos principais portos do Brasil. Em 1850, nesta fortaleza, o “Combate Cormorant” marcou a história de Paranaguá. O vapor de guerra inglês aprisionou três embarcações nacionais em decorrência do tráfico ilícito de escravos, originando a referida batalha. A paisagem que identifica a ilha – o Farol das Conchas, situa-se no morro das Conchas. Dom Pedro II ordenou a construção e desde 1872 o local serve para orientar os navegadores que adentram a baía de Paranaguá. A Gruta das Encantadas está envolta em lendas e histórias fantásticas sobre lindas mulheres que encantavam a todos que delas se aproximavam.