Mais uma vez, o azul e o vermelho vão invadir a Amazônia. É o 41º Festival Folclórico de Parintins, com seus fantásticos carros alegóricos, fantasias e adereços representando os símbolos indígenas. Este ano, o festival acontece nos dias 30 de junho e 1.º e 2 de julho, no coração da floresta. Durante três dias, os bois-bumbás Caprichoso e Garantido vão defender as suas cores.
Essa festa gigantesca, organizada e produzida por artistas da própria cidade, é patrocinada há onze anos pela Coca-Cola Brasil, que este ano está investindo um total de R$ 5 milhões no evento. Todo o investimento e dedicação ao Festival de Parintins se justificam. É um megaespetáculo, que surpreende pela beleza e pelo elevado nível artístico e de realização.
Quase não dá para acreditar que tudo o que se vê na arena do Bumbódromo – o local das apresentações – seja mesmo produzido naquela pequena ilha no meio da Amazônia. É como uma verdadeira ópera popular a céu aberto, que reúne rituais, religiosidade, folclore, dramaturgia e música, apresentada a um público de 35 mil pessoas vindas de todos os cantos do Brasil e do mundo.
Vale a pena ir a Parintins, mas é preciso planejar a viagem, que necessita de pelo menos cinco dias. São três noites de apresentações e dois dias para a viagem de ida e de volta. O município de Parintins fica a 420 quilômetros de Manaus, na ilha fluvial de Tupinambarana, e está localizado no Baixo Amazonas, quase na fronteira com o Estado do Pará. Para se chegar à cidade pode-se optar pelas vias aérea e fluvial.
As agências de viagens costumam organizar pacotes que incluem transporte (de avião ou barco), hospedagem, ingressos para os três dias do festival e passeios pelo Rio Amazonas. É a forma mais fácil para chegar até lá. Já quem prefere ir por conta própria, terá um pouco mais de trabalho. Várias companhias fazem vôos diários para a ilha. Os vôos saem de Manaus ou de Santarém, no Estado do Pará, e têm duração de aproximadamente uma hora. Para fazer reservas de hotel, é bom correr, pois a ilha dispõe de poucas opções. Há poucos hotéis, algumas pousadas e a casa dos moradores locais, que alugam quartos. Há também as embarcações que acabam virando uma espécie de ?hotel flutuante?, onde a única opção de acomodação são redes espalhadas por todo o convés.
Evento vai para as telas do cinema
Esse ano, além do patrocínio, a Coca-Cola Brasil decidiu apostar numa estratégia de visibilidade ainda maior para o festival. Durante mais de um mês, as 317 salas de cinema da Rede Cinemark no Brasil vão exibir um filme de três minutos sobre o festival, aumentando a projeção nacional do evento. O filme é uma versão compacta do documentário produzido pela Tria Productions, sediada em Nova York, que está em fase de finalização. A produtora esteve em Parintins em 2005, a convite da Coca-Cola Brasil. O objetivo é, com o produto final, divulgar a magia da festa de Parintins também na Europa e na América do Norte.
O festival
O festival acontece durante três noites consecutivas na arena do Bumbódromo, onde cada agremiação se apresenta. As apresentações baseiam-se num enredo previamente escolhido, mas têm sempre como pano de fundo a lenda de Pai Francisco e Mãe Catirina. Conta a lenda que Mãe Catirina, grávida, deseja comer a língua do boi mais bonito da fazenda. Para satisfazer o desejo da mulher, Pai Francisco manda matar o boi de estimação do patrão. Pai Francisco é descoberto, tenta fugir, mas é preso. Para salvar o boi, um padre e um médico são chamados (o pajé, na tradição indígena) e o boi ressuscita. Pai Francisco e Mãe Catirina são perdoados e há uma grande comemoração.
Cada boi-bumbá tem sua cor, sendo o azul do Caprichoso e o vermelho do Garantido. A rivalidade é tanta que as torcidas jamais se misturam e, durante a apresentação de um grupo, a torcida do outro não pode se manifestar. Vaias, palmas, gritos e outras formas de expressão são proibidas quando o ?contrário? se apresenta. A mesma rivalidade é vista nas ruas da cidade, onde as pessoas não escondem, sejam nas roupas ou nas fachadas das casas, a cor do seu boi de coração.