No final deste mês, uma das maiores atrações turísticas do Sul do Brasil vai ficar por conta das deliciosas maçãs de Santa Catarina, festejadas na Festa Nacional da Maçã, que acontece de 25 de abril a 4 de maio em São Joaquim, umas das cidades mais frias do Brasil.
O evento, que conta com o apoio da Santur, o órgão oficial de Turismo do Estado, procura resgatar, através da música, da dança e das tradições, a cultura serrana do Planalto Catarinense. A novidade para este ano é a neve artificial. Caso o fenômeno não ocorra naturalmente, apesar das previsões meteorológicas favoráveis, deverá acontecer através de máquinas que lançarão flocos de neve sobre pontos estratégicos do Parque Nacional da Maçã, local do evento.
A neve será suficiente para a confecção de bonecos, além de proporcionar ao visitante a mesma emoção do fenômeno real.
Realizada há mais de cinqüenta anos, a festa tornou-se um grande evento que reúne atrações para todos os gostos e idades. Os seminários temáticos, abordando temas como fruticultura, cultivo da uva, turismo e agronegócios, atraem investidores de várias partes do País e Mercosul.
Para quem gosta de música, a 1ª Nevada da Canção Nativa (de 24 a 27 de abril) reunirá as melhores composições inéditas nativistas do Sul. Para entrar no “clima” do Rodeio Crioulo e das danças gauchescas, a sugestão é aderir aos trajes típicos da região, como a bombacha, botas de cano alto e chapéu de feltro.
Durante a noite, os visitantes poderão curtir shows nacionais com Mauricio e Mauri (dia 27); Comunidade Nin Jitsu (dia 30); Roupa Nova e os Detonautas (dia 2 de maio); John Bala Jones e Engenheiros do Hawai (dia 3) que prometem aquecer as noites frias da festa.
Para acomodar os visitantes, São Joaquim dispõe de bons hotéis e pousadas alternativas, cadastradas na agência receptiva São Joaquim Tour, pelo telefone (49) 233-0237, amplo camping para barracas e espaço para moto-home.
No item gastronomia, vale a pena conhecer as delícias da cozinha campeira e provar pratos típicos como arroz carreteiro, entrevero (carne de porco com pinhão), paçoca de pinhão, muito churrasco de gado e ovelha, frescal, além de um cardápio variado a base de maçã e muito fruta “in natura” como pêra, uva, caqui, ameixa e as exóticas feijoa (goiaba serrana) e o kiwi.
Eventos paralelos
Paralelo à festa acontecem o Rodeio Country do Peão Boiadeiro, a 17ª Feira da Novilha e do Gado Geral, o 2º Enduro de Regularidade da Maçã e Feira Regional do Artesanato (destaque para peças de vestuário em lã, couro e tricô).
Também haverá o 2.º concurso gastronômico à base de maçã e o concurso nacional da maçã, onde será escolhida a melhor maçã do Brasil.
A maçã começou a ser produzida em escala comercial em São Joaquim a partir de 1975. Hoje o município é o terceiro produtor nacional e o segundo estadual (o primeiro é Fraiburgo, no meio-oeste catarinense) colhendo aproximadamente cem mil toneladas por ano, envolvendo 705 fruticultores, em sua maioria pequenos produtores, distribuídos em uma área de 4.344 hectares, movimentando mais de R$ 55 milhões a cada safra. O destaque são as variedades Gala e Fuji, entre as mais cultivadas no município e região. A maçã é a segunda fruta de maior exportação do Brasil e atualmente está na lista dos produtores mais procurados pelos países europeus.
A neve que encanta o Brasil
Em uma aconchegante cidade do interior do país é possível curtir todas as delícias do inverno, com direito ao frio, neve, lareira, vinhos e muito calor humano. Para muitos essa idéia parece distante. Mas o lugar existe e fica numa região montanhosa, entre campos e serras do Planalto Serrano Catarinense. Trata-se de São Joaquim, cidade de aproximadamente 22 mil habitantes e que todos os anos aparece em rede nacional de televisão durante o inverno, coberta de neve. Com uma altitude de 1.360 metros acima do nível do mar, São Joaquim tem uma característica única no Brasil: as temperaturas chegam a atingir dez graus negativos. É quando a neve cobre telhados, carros, cercas de taipas, campos e bosques de araucárias (pinheiro brasileiro), deixando a cidade com um ar europeu que encanta turistas de todo o Brasil.
Mediante a mínima previsão do fenômeno, centenas de pessoas invadem a cidade na expectativa de conhecer a neve. O frio nessas ocasiões parece insuportável, mas nada impede que se deixe o aconchegante calor das lareiras para apreciar as belas paisagens cobertas de branco. São nesses momentos que transparece a alegria quase infantil de adultos encasacados, ostentando coloridos gorros de lã, que se juntam às crianças para confeccionar bonecos e travar verdadeiras batalhas de flocos de neve. São lembranças vivenciadas que somente os retratos podem expressar.
Durante as noites mais frias é comum famílias e grupos de amigos reunirem-se em volta do fogão de lenha, da lareira ou até mesmo do fogo de chão, para se aquecer e entreter-se com longos papos, quase sempre acompanhados de um bom vinho colonial e do fondue, prato típico do inverno.
Nas demais estações do ano São Joaquim também é atraente, pois oferece espetáculos inusitados como a florada das macieiras e das cerejeiras na primavera e o intenso verde da paisagem e o clima ameno do verão.
Como chegar:
Três caminhos dão acesso a São Joaquim. A principal via é a SC – 438 que liga Lages a Tubarão, no sul do Estado. Partindo de Lages, a 350 quilômetros entre Curitiba (PR) e Porto Alegre (RS), onde se cruzam a BR – 116 (sentido Norte – Sul), e BR-282 (sentido Leste-Oeste), até São Joaquim, são 76 quilômetros. Ainda pela SC – 438, a opção, saindo de Florianópolis ou Porto Alegre, é a BR – 101, até o trevo de Tubarão, seguindo num percurso de 145 quilômetros pela SC – 438, passando pela fantástica estrada da Serra do Rio do Rastro, um dos mais arrojados projetos da engenharia nacional.
Outra alternativa é seguir a SC -438, passando por Urubici, num percurso de oitenta quilômetros.
Mais informações podem ser obtidas na Secretaria de Turismo de São Joaquim, pelo telefone (49) 233-0411. O telefone do Centro de Informações Turísticas de São Joaquim é (49) 233-2790.