Festa do Morango destaca Monte Alegre

A Estância Hidromineral de Monte Alegre do Sul, localizada a 140 quilômetros de São Paulo (518 quilômetros de Curitiba), prepara-se para receber setenta mil turistas na 11.ª edição da Festa do Morango, que será realizada de 2 a 18 de julho, das 10h às 22h. Considerado o maior evento do Circuito das Águas Paulista, a festa homenageará a colônia italiana local, cujos descendentes representam 70% da população de 6,3 mil habitantes.

Além de atrair pela alegria da festa, que reúne produtores de morangos, doceiras, artesãos, alambiques e oferece uma grande variedade de atrações musicais e culturais, Monte Alegre atrai também pela beleza de sua paisagem, cercada pelas montanhas do Vale do Camanducaia, a uma altitude de 748 metros do nível do mar.

Criada em 1994 com o objetivo de incrementar a produção da fruta e fortalecer o setor de agronegócios, a Festa do Morango contribuiu para destacar Monte Alegre do Sul também no cenário turístico nacional. A cidade tem quinhentos leitos de hospedagem, distribuídos entre dois hotéis e oito pousadas. Os turistas também podem alugar chalés e casas particulares que são disponibilizados por moradores e veranistas nos finais de semana e feriados. As cidades da região, que compõem o Circuito das Águas (Serra Negra, Amparo, Socorro, Lindóia e Águas de Lindóia), também ajudam a hospedar os turistas durante a Festa do Morango.

Águas que tratam

Não é só o friozinho médio de dezoito graus durante o ano e o clima de montanha que encantam os turistas. Eles procuram a cidade também para aproveitar suas águas radioativas (próprias para banhos de imersão e recomendadas para quem tem artrite ou artrose), bicarbonada (para quem tem problemas no estômago) ou ricas em vanádio (propriedade anti-estresse e para o rejuvenescimento das células).

Reformado em setembro do ano passado, o Balneário Municipal oferece saunas úmida e seca, banho de imersão, de chuveiro e de espuma e ducha escocesa e circular. Suas águas vêm da Fonte Bom Jesus, ponto de atração principalmente de turistas estrangeiros. Outras fontes são a da Índia, anexa à Estação Experimental de Monte Alegre e a de Caetano Sérgio Manfrini, instalada no Centro de Lazer José Francisco Baldi.

Monte Alegre do Sul é também incluída no calendário católico, já que para lá partem romarias para visitas ao Santuário do Senhor Bom Jesus, padroeiro da cidade. Inaugurada em 1919 e restaurada em 1997, a antiga construção é admirada pela sua arquitetura e guarda em seu interior pinturas do artista plástico italiano Dom Rocco, além dos trabalhos de entalhe dos altares esculpidos em madeira e mármore.

Casarões do século passado estão sendo freqüentemente restaurados, deixando a cidade com um aspecto bem colonial. Mesmo na zona rural, antigas fazendas como a da Estação Experimental, hoje Pólo Regional de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Leste Paulista, mantém intactos arquitetônicos do período do ciclo do café.

Toda a cidade pode ser contemplada do alto das montanhas, onde foram instalados mirantes, como no Morro do Cruzeiro. Lá, as pessoas podem percorrer as quatorze estações que representam a Via Crucis feita por Jesus até o Calvário. A religiosidade também está presente na “Joelândia”, uma fazenda-presépio mecanizada, localizada no caminho do Distrito das Mostardas, construída há mais de vinte anos pelo professor de Mecânica Joel Benedicto de Moraes. Os bonecos, feitos artesanalmente, ganham vida graças aos movimentos propiciados pela força produzida por quatro rodas d?água.

Ecumênica, a cidade recebe também peregrinações nas sextas-feiras santas para a cerimônia do “Fecha Corpo”. Contam os familiares de Zezé Valente, criador da tradição que já dura cinqüenta anos, que a escrava Nhá Sabá lhe ensinou a receita de um remédio para “fechar o corpo” contra o mau olhado, a inveja e doenças, feito à base de pinga curtida com guiné e arruda.

A pinga é um dos produtos da cidade. Monte Alegre tem cerca de cinqüenta alambiques que produzem artesanalmente cachaça, vinho e licores. Os mais visitados são as adegas do Italiano, na Pousada da Fazenda; a do Urbano, no Bairro dos Alves, além dos alambiques da Chácara da Tia Odete, da Fazenda Salmo XXII, do bairro do Braizinho, da própria Joelândia e do Cantinho da Ni.

Ecoturismo

Cortada pelo Rio Camanducaia e por vários córregos e ribeirões que formam uma série de cachoeiras, tanto em áreas públicas como particulares, a área rural da cidade reúne elementos naturais que embelezam e harmonizam a sua paisagem, habitada por garças, tucanos, bugios e jacus.

A Cachoeira das Andorinhas, com uma queda d’água de dez metros de altura, a das Mostardas, com suas corredeiras, a de Santo Antônio, no bairro do Falcão e a Cachoeira do Sol, na Chácara Benatti, são os pontos preferidos de quem gosta de se aventurar pelas trilhas ecológicas que cortam a mata nativa para a prática de esportes de aventura, como rafting, rapel, trekking e tirolesa.

Serviço – Os ingressos para a Festa do Morango custam R$ 2 (às quintas-feiras), R$ 4 (às sextas-feiras) e R$ 6 (aos sábados e domingos). A entrada é gratuita para crianças de até 10 anos e idosos têm desconto de 50%. Mais informações: site www.montealegredosul.com.br; e-mail dpturismo.mas@uol.com.br ou telefones (19) 3899-1403 e 3899-2246.

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