Dia 25 de janeiro. Saímos de Morro de São Paulo (BA) de barco até uma vila de pescadores, já no continente. Como estava tarde, não bobeamos e entramos no primeiro ônibus que passou para Bom Despacho, na Ilha de Itaparica. Lá pegamos a balsa até Salvador. Salvador é tudo de bom. O lugar que mistura religião, cultura e diversão é procurado por gente do mundo todo.
Difícil não se encantar com a cidade. Por exemplo: passeando pelo Pelourinho no finalzinho da tarde, encontramos diversas lojas de artesanato, pintura, gastronomia e casas culturais.
No Convento de São Francisco, com seu interior revestido de ouro e jacarandá, as pessoas se aglomeram para ver a celebração da missa das 18h. Saindo da missa, o ensaio do Olodum está prestes a começar, ali mesmo no Pelourinho, levando uma multidão para dançar ao som da Bahia. Na mesma semana, ainda acontecia em Salvador o Festival de Verão, com cinco dias de shows das maiores bandas do País e a Festa de Iemanjá. Isso sem contar os preparativos para o Carnaval.
Toda essa diversidade de vida encanta os turistas, fazendo com que muitos fiquem por lá mesmo.
Em Salvador, ficamos hospedados no apartamento de Cecília, amiga de Anastácia, onde fomos muito bem recebidos por sua família. Permanecemos na cidade até o dia 29, quando chegou a hora de voltar para casa.
A experiência
A primeira etapa da expedição foi cumprida com sucesso. Foram 42 dias, passando por mais de 25 cidades e incontáveis caronas. Para a segunda etapa, de Salvador até São Luís – a idéia inicial era seguir até os Lençóis Maranhenses -, sabíamos que era necessário mais tempo e dinheiro. Infelizmente, a Anastácia tem um compromisso marcado para o começo de fevereiro junto com seus pais.
E também, nossa grana já tinha se esgotado. Creio que os preços mais altos da temporada e épocas como Natal e réveillon acabaram furando um pouco nosso planejamento de gastos.
Durante nossa viagem, descobrimos um Brasil solidário, prestativo e muito hospitaleiro. Quase todos os motoristas que nos ajudavam com uma carona também ofereciam seus lares para nós descansarmos ou simplesmente para tomarmos um café.
Muitos desses motoristas davam carona porque também um dia já precisaram de uma.
Quanto à segurança, o ideal é pegar carona em casal. Sozinho, o aventureiro se torna muito vulnerável. Já em duplas ou trios, o medo passa a ser do motorista. Estar com mochilas grandes ou apresentar o estereótipo de um viajante ajuda bastante.
Muitos motoristas param por pena de ver alguém carregando aquelas enormes mochilas. Abordagens em postos de combustíveis, conversando com o motorista antes de pedir carona é uma opção mais segura, principalmente nas rodovias mais afastadas do litoral.
Meio alternativo
A carona não deve ser tratada como uma aventura radical, mas sim como um meio alternativo de transporte, capaz de integrar as pessoas pelo contato humano e social, cada vez mais distante no mundo em que vivemos. Esperamos em breve voltarmos para a estrada para continuar a expedição. Obrigado a todos que participaram de alguma forma desta viagem.
Agradeço também a minha prima Luciane e a tia Regina que facilitaram meu retorno para casa. Enquanto isso, estaremos na Internet, no sítio www.carona.pop.com.br, mostrando fotos, tirando dúvidas e dando dicas para aqueles que desejam pegar carona. Até a próxima!