Eterna primavera na Ilha da Madeira

Na Ilha da Madeira a primavera dura todo o ano. É que a temperatura varia – exatamente! – entre 17 e 21 graus centígrados. Situada a mil quilômetros de Lisboa e encravada no meio do Oceano Atlântico, a Madeira é um encontro feliz entre o mar e a montanha. Tem esse nome por ter sido coberta no passado de madeiras nobres. Infelizmente, uma queimada que durou sete anos – provocada por colonos que queriam ?plantar cana? – destruiu quase toda a cobertura da ilha, que hoje está em processo de recuperação.

Grandes famílias portuguesas ou espanholas – pois os súditos de Madrid ocuparam a ilha por longo período – passaram pela Madeira antes de vir para o litoral sul do Brasil. Pelo fato de alguns terem olhos azuis, seriam descendentes de soldados britânicos que foram deslocados para lá durante a invasão do anão-corso Bonaparte.

A agricultura é feita em degraus e terraços chamados socalcos, e ali se produzem finíssimos vinhos que (quando transportados em navios e aquecidos do sol) chegavam ao destino com gosto bom, porém diferente da partida. ?Era o vinho madeira? que depois de misturado pelos ingleses com brandy se transformou no que hoje é. Também a produção de bordados e vimes, quase toda feita por mulheres, é famosa.

Mas o que importa mesmo (hoje) na Ilha da Madeira é o turismo. Os visitantes vão em busca da natureza exuberante, do bom clima e do ambiente calmo. Um detalhe: a Ilha da Madeira não tem praias, pois as falésias de rochas se debruçam sobre o mar, abruptamente.

A solução foi fazer dezenas de piscinas naturais que se encravam na rocha, todas com água do mar.

A capital, Funchal, hoje com pouco mais de cem mil habitantes, tem os dois melhores hotéis da ilha. O Raid?s e o Savoy. Vilas como Câmara dos Lobos, Ribeira Brava, Ponta do Sol, Porto Moniz, Santana e Santa Cruz são verdadeiramente pérolas a enrodilhar as costas ensolaradas.

Além de tudo, a Madeira é um paraíso fiscal, para onde hoje afluem os derivativos dos ?novos negócios?, uma pequena parte da nuvem de capital volátil que dá a volta ao mundo em 23 horas. De Cingapura e San Marino. De Hong Kong a Punta del Este. Das Ilhas Caynã a Ilha Dourada da Madeira… de São Paulo a Xangai…

E com um detalhe: ali não chegou a onda de violência bárbara, de terror e sangue, de poluição e sujeira que se espraia pelo mundo…

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