Além do grande parque aquático,
hóspedes têm à disposição uma
praia que parece ser particular.

Quem nunca teve a vontade de, pelo menos uma vez, se sentir o dono do mundo? Os hóspedes do Hotel Transamérica, na Ilha de Comandatuba, no sul da Bahia, sabem bem o que isso significa. Não que quem se hospede lá ganhe um poder supremo ou coisa que o valha, mas a sensação de ter o Oceano Atlântico à sua total e completa disposição é incrível. Os bangalôs, nome dado às acomodações do hotel, são estrategicamente situados de frente para o mar. Uma pequena caminhada de vinte ou trinta passos e pronto: você está com o mar todo à sua frente. E mais. Como apenas os hóspedes do hotel têm essa sensação, dá a falsa impressão de que o mar é seu, uma grande piscina particular.

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Porém, essa sensação de poder não é tudo que o hotel reserva para seus hóspedes. Construído numa ilha de matas virgens na pequena cidade de Una, a sessenta quilômetros de Ilhéus, o resort abriga 21 quilômetros de praia, cercados por trinta mil coqueiros e muita natureza preservada.

Não raro, os hóspedes se surpreendem com exemplares
da fauna local, como os micos
e grande diversidade de aves.

Além disso, a hospitalidade do povo baiano que, com seu jeito sossegado, faz com que as férias dos hóspedes sejam marcadas pela tranqüilidade que eles vieram buscar. Logo ao chegar ao resort, as pessoas já percebem que estão num lugar onde a paz e a calma são regras e não exceções, como acontece nos grandes centros. A viagem até a ilha normalmente é feita de avião, aproveitando das dependências do aeroporto privativo do próprio hotel. A TAM é a única companhia aérea a realizar dois vôos regulares semanalmente até Una. Do avião, os turistas são levados de ônibus por cerca de cinco minutos até um ancoradouro, onde de balsa atravessam um canal até chegarem à Ilha de Comandatuba. Se é pelo tamanho do dedo que se conhece o gigante, a recepção na ilha faz com que os visitantes imaginem o que os espera. Baianas vestidas com roupas típicas, apresentações de danças tradicionais da região Nordeste, brinde com água de coco e até champanhe marcam o primeiro contato dos turistas com o hotel.

Hospedagem confortável,
seja nos 114 bangalôs como
nos apartamentos situados
no prédio central.

Famílias

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Construído como local de descanso, o Hotel Transamérica é basicamente freqüentado por famílias.

Pais, mães, avós, avôs e, principalmente elas, as crianças, se sentem muito bem no local. Aliás, as crianças que em outros lugares são motivo de preocupação, lá recebem atenção especial, deixando seus responsáveis completamente à vontade para desfrutar das benesses do hotel. São oferecidos monitores especializados para acompanhar os pequenos nas diversas atividades oferecidas. O pai ou mãe entrega seu filho no início do dia e tem a certeza de que o receberá bem no final da tarde. Enquanto isso, é só se divertir. Para os bebês também há babás que ficam com eles o dia todo.

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Com as crianças a salvo, o negócio é aproveitar. Opções para isso não faltam. Entre passeios, jogos, etc., são oitenta possibilidades de diversão. Jogar tênis, futebol, golfe, vôlei de praia, basquete, arco e flecha, bocha, paintball, nadar na piscina, nadar no mar, correr na praia, fazer exercícios aeróbicos e aneróbicos na academia, mergulhar, descer pela tirolesa, andar de bicicleta, de quadriciclo motorizado, de caiaque, de lancha, pescar, dançar, etc. Ufa! Cansou só de pensar. Mas cansar não é o objetivo e sim descansar, por isso são apenas possibilidades de divertimento. Se o hóspede quiser, pode ficar apenas aproveitando a piscina no belo parque aquático do hotel ou se deliciar com os bons livros na biblioteca.

Valquir Aureliano/O Estado do Paraná
A tirolesa é uma das muitas
opções para quem quer se divertir.

Para um bom início de noite nada melhor que um jantar num dos quatro restaurantes do hotel, saboreando desde a tradicional culinária baiana, com seus acarajés e vatapás regados a muita pimenta, passando por comidas típicas de outros países, como a Itália, além dos frutos do mar típicos do litoral brasileiro. Há também opções de grelhados e até pizzas. As mães mais preocupadas também contam com a Cozinha do Bebê, um espaço onde elas mesmas podem preparar a comida de seus filhos se desejarem.

Para quem não dispensa uma balada, nada melhor do que a Boate do Canal, onde a agitação começa sempre às 23h. Também acontecem shows de danças nordestinas como o forró, o arrocha, o calipso, a lambada, entre outros. Além de apreciar os bailarinos, os hóspedes também podem aprender a dançar durante as apresentações ou nas oficinas de danças que acontecem durante o dia.

Comandatuba favorece todo tipo de esporte

Campo de sete mil jardas foi construído entre o mar e o mangue, num ambiente formado por coqueiros, dunas, lagos e vegetação nativa.

Para os amantes do esporte, a Ilha de Comandatuba é uma ótima pedida. O resort conta com uma invejável estrutura para prática esportiva. São sete quadras de tênis, duas de squash, dois campos de futebol em grama natural, sendo um deles em tamanho oficial, além de toda obra-prima da natureza, onde se pode nadar, mergulhar, correr e andar de bicicleta. Para maior conforto de seus hóspedes, o resort é dotado de um centro médico completo.

Todavia, o que mais chama a atenção em matéria de logística esportiva é o campo de golfe do hotel – é oficial, tem mais ou menos sete mil jardas de área e dezoito buracos. O Comandatuba Ocean Course foi eleito em 2003 pela revista Golf Digest como o melhor campo de golfe do Brasil. Executado pelo arquiteto norte-americano Dan Blakenship, o campo foi construído entre o mar e o mangue, num ambiente dominado por coqueiros centenários, dunas de areia, lindos lagos e vegetação nativa. Sem falar na fauna local, que pode surpreender os golfistas com micos, aves, raposas, tamanduás, etc.

Fotos: Valquir Aureliano /
O Estado do Paraná
O banho de rosas no Spa L?Occitane propõe relaxamento para o corpo
e tranqüilidade para a mente.

Mas para quem nunca chegou perto de um taco de golfe ou nem imagina como se bate na bolinha, não há problemas. Instrutores oferecem aulas básicas do jogo e em minutos o turista já pode brincar de jogar golfe. É costume realizar pequenos torneios entre os iniciantes, até com distribuição de medalhas. ?Nosso campo pode receber qualquer torneio do mundo. Ele foi escolhido o melhor não só pelo seu ótimo estado de conservação, graças à boa manutenção, mas também pela beleza natural?, disse David Myers, gerente de golfe do hotel.

Relaxamento

Outra boa opção para os hóspedes são as saunas. Divididas em masculina e feminina, elas oferecerem bons momentos de relaxamento. E se o negócio é relaxar, nada melhor que um spa. No Spa L?Occitane, os hóspedes podem escolher entre rituais de banho, corpo, mãos e pés, toque energéticos e massagens. Tudo feito com produtos exclusivos e acompanhamento de terapeutas especializados.

O jornalista viajou a convite do Hotel Transamérica Ilha de Comandatuba e da TAM.

Explore a região, por terra ou mar

Ricardo Marques
Um banho na lagoa de lama
negra medicinal promete
dar novo vigor à pele.

O Hotel Transamérica na Ilha de Comandatuba tem 370 habitações, sendo 114 bangalôs (espécies de chalés) e o restante, apartamentos localizados no prédio central do resort. São dois milhões de metros quadrados na ilha, mas a área construída é de 45 mil metros quadrados, deixando muita natureza para ser explorada. Os passeios de triciclo motorizado, caminhão e lancha são muito procurados pelos freqüentadores. Num dos passeios de lancha, é possível conhecer toda a ilha, além de aproveitar para pescar, mergulhar ou simplesmente para tomar sol e melhorar o bronzeado. Interessante também é o passeio feito de Beach Truck (um caminhão adaptado para levar passageiros). Geralmente essa atração é feita nas primeiras horas manhã, aproveitando a maré baixa. Interessante lembrar que Una fica bem mais próxima da linha do Equador no que nós paranaenses estamos acostumados. Na prática, isso significa que, além de temperaturas mais elevadas, o sol nasce antes, por volta de 5h e se põe também mais cedo, aproximadamente às 18h.

Catadores mostram
aos turistas como
pegar o crustáceo.

Durante duas horas o caminhão viaja pela areia das praias mostrando paisagens maravilhosas aos hóspedes. Por fim, o ponto culminante: a chegada à lagoa de lama negra medicinal. Descoberta pelos moradores da ilha e pelos biólogos do hotel há 16 anos, a lama negra é passada pelo corpo como forma de revigorar a pele. Segundo os nativos da Ilha de Comandatuba, a lama tem propriedades medicinais por ser um composto orgânico com a presença de enxofre. Os nativos dizem que ela serve como esfoliante e dilata os poros, melhorando a condição da pele.

Una

Atravessar a balsa, que fica à disposição dos hóspedes durante todo o dia e à noite, é mais uma opção de lazer. A cidadezinha simples no interior da Bahia nos remete a uma realidade bem diferente daquela vivida nas grandes cidades. Conversando com as pessoas ou vendo a simplicidade da cidade, que mais parece um lugarejo, o turista aproveita um outro lado da viagem. Os baianos, diferentemente dos moradores do Sul ou do Sudeste do Brasil, têm hábitos completamente diferentes. Para eles, o tempo não é inimigo e sim aliado. Quem fica meia hora em Una sai de lá bem diferente do que chegou. O ritmo é bem mais tranqüilo, as coisas são feitas sem pressa alguma. Enfim, para quem está em férias, não há coisa melhor. Comprar artesanato local também é uma boa pedida. (LM)

Projeto visa preservação do mangue

Uma das preocupações dos responsáveis pelo resort é a preservação ambiental. O hotel, em parceria com a Ecotur desenvolve vários programas ambientais na região. Um deles se refere à preservação das tartarugas marinhas. Animais exóticos, como pavões, também podem ser visto no hotel, mas não soltos e sim expostos num viveiro muito procurado pelos hóspedes. Mas em termos de preservação ambiental nada se destaca mais que o projeto de recuperação e preservação do mangue local. Numa parceria entre o hotel e os moradores locais que vivem da coleta de caranguejos, surgiu a passarela dos caranguejos. Nesse local, o ecossistema manguezal é completamente preservado, além de ser exposto aos turistas. Catadores de caranguejo fazem demonstrações de como se cata o crustáceo e com isso conseguem um aumento em sua renda, já que recebem para dar essas ?aulas?. O manguezal é um ecossistema muito rico e, ao contrário do que muitos pensam, limpo. ?O manguezal não é malcheiroso como falsamente as pessoas têm idéia. Ele é limpo. O que não pode acontecer é jogar lixo e esgoto nele como acontece em outros lugares?, explicou o biólogo da Ecotur, Anders Schmidt. ?O manguezal funciona como um berçário de toda vida marinha?, disse, lembrando as várias espécies de caranguejo encontrados no local.

Valteir Francisco dos Santos, 50 anos, vive da coleta de caranguejo há 25 anos. Com metade da vida dedicada, ele conta as dificuldades da profissão. ?O mais perigoso são as ostras que ficam escondidas no fundo do mangue. Se você cai, elas te cortam todo?, contou. Valteir vende cinco caranguejos por R$ 3, mas agora está ganhando um pouco mais, ensinando como se pega caranguejo aos turistas. Com a renda obtida da venda do caranguejo, ele sustenta 13 filhos e 10 netos. (LM)