O Paraná é um estado privilegiado pela natureza e com forte potencial turístico. Quem trabalha com turismo sabe disso, mas e o turista? A falta de divulgação sobre o potencial do nosso estado é um dos problemas que o setor enfrenta. Mas não é só isso.
Pelo menos 240 dos seus 399 municípios têm belezas naturais para atrair turistas de todas as partes do Brasil e de outros países, segundo o projeto turístico Trilhas do Paraná, desenvolvido pelo professor londrinense Sérgio Sayão.
Aqui, há verdadeiros santuários ecológicos escondidos em meio à mata com cachoeiras, lageados, rios, montes, montanhas, canyons e bosques que encheriam os olhos das pessoas mais viajadas. São locais que possibilitam a prática de turismo de aventura, de esportes radicais e náuticos, pesca, turismo rural e de lazer.
E isso, muitas vezes bem pertinho das grandes cidades. Porém, não se pode negar também que a maioria desses lugares não se transforma em destino turístico porque não tem infra-estrutura mínima para receber visitantes. Faltam investimentos, faltam incentivos.
Com isso, o turista que vem ao Paraná ou mesmo o próprio paranaense que viaja pelo Estado, muitas vezes, fica restrito a Curitiba, Foz do Iguaçu e às cidades históricas do litoral, o que é uma pena, sem querer desmerecer esses importantes destinos.
Nosso litoral, apesar de pequeno, está descuidado, não atrai visitantes de fora, somente os próprios paranaenses, mesmo assim, a maior parte é de pessoas proprietárias de casas que aproveitam o imóvel na alta temporada.
Por outro lado, em muitos locais, como a região dos Campos Gerais, por exemplo, empresários vêm investindo já há alguns anos em pousadas, aproveitando o potencial turístico rural, porém, enfrentam o problema da falta de divulgação em outros estados e países.
Isso mostra que, mesmo quando há investimento, pelo menos por parte da iniciativa privada, não há divulgação.
E a situação continua igual, apesar de o turismo estar ganhando destaque em discursos e palestras quando o assunto é a situação econômica do país. Cansamos de ouvir, por exemplo, que o turismo é uma fonte de renda ainda mal aproveitada, uma magnífica indústria sem chaminés, um importante gerador de empregos e a grande alavanca para o desenvolvimento sustentado.
São frases, lugares-comuns que se repetem a cada evento de turismo ou em outras ocasiões.
À véspera de mais uma eleição, é hora de conhecer os projetos e as propostas dos candidatos para fazer o Paraná entrar de vez e por inteiro no roteiro turístico nacional e internacional.
É por isso que O Estado abriu este espaço para mostrar a preocupação dos principais candidatos ao governo sobre este assunto.
Padre Roque Zimermann (PT)
Pretende privilegiar como eixos articuladores os caminhos do Paraná, que foram os estruturadores na formação paranaense e hoje cruzam todo o Estado. Além destes, serão eixos de distribuição de políticas e ações turísticas os caminhos naturais, formados pelos vales dos principais rios que cortam o Paraná (Paranapanema, Tibagi, Iguaçu, Paraná e Ivaí). Prevê atrelar o programa de turismo a um plano de desenvolvimento econômico do Estado, preservando o meio ambiente e ecossistemas. Por isso, as ações devem valorizar prioritariamente o pequeno produtor rural e a micro e pequena empresa urbana, sem abandono da política de apoio a unidades produtivas de maior porte, tanto no campo como na cidade. A idéia é desenvolver um turismo integrado sem diluir as especificidades regionais, valorizando aspectos naturais, culturais, históricos e econômicos.
Rubens Bueno (PPS)
Investir a longo prazo em infra-estrutura, serviços, educação, saúde e segurança a fim de consolidar o cenário atrativo e seguro para investidores e turistas. Pretende desenvolver projetos regionais para seis áreas de atuação predefinidas – Costa Oeste, Campos Gerais, Serra do Mar/Litoral, Vale do Iguaçu, Costa Norte e Região Metropolitana de Curitiba. O plano prevê a continuidade do Programa Nacional de Municipalização do Turismo. Levando em conta a vocação turística de cada região, visa o melhor aproveitamento do potencial existente de turismo em áreas naturais; expansão do fluxo turístico, tanto interno como externos e a proteção ambiental de fomento ao desenvolvimento econômico. Uma das metas de curto prazo é consolidar atrativos turísticos como referências nacionais e internacionais para alavancar em médio prazo o turismo regional e local de diversas regiões do Estado. Pretende fazer investimentos também na capacitação de mão-de -obra.
Beto Richa (PSDB)
Investir R$ 175 milhões no Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur-Sul), o que irá gerar 4.375 empregos diretos e mais de dez mil indiretos. Implementar o Prodetur para investir e aperfeiçoar a infra-estrutura para o turismo nos dois principais pólos turísticos paranaenses: Foz do Iguaçu, cidades lindeiras do Lago de Itaipu e Curitiba, incluindo Região Metropolitana, litoral e Campos Gerais. Implantar conceitos mais modernos de turismo, para incentivar, além do turismo de lazer, de aventura, ecológico, de negócios, de eventos e o turismo rural. Investir na infra-estrutura para estabelecer novos pólos turísticos como a baía de Paranaguá e a Rota dos Tropeiros. Criar a agência de Turismo e elaborar o Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável do Paraná, com o envolvimento da comunidade, setor público e iniciativa privada. Consolidar destinos turísticos existentes (Ilha do Mel, Serra do Mar, Vila Velha, Marumbi, Guartelá, Cerrado) e pólos turísticos ainda incipientes como São Luíz do Purunã, Prudentópolis, União da Vitória, Castro e Campo Mourão. Implantar plano de manejo na área da Ilha Grande e ainda uma legislação ambiental no Norte do Estado e na área dos reservatórios do Rio Paranapanema. Investir em plano de marketing turístico.
Roberto Requião (PMDB)
O plano prevê um turismo regional integrado, com estímulo ao turismo regional, mapeando os principais pontos de atração no Paraná, desenvolvendo ações que melhorem a infra-estrutura de recepção e resolvendo entraves no fornecimento de energia elétrica e no sistema tributário estadual para setor. Pretende também integrar os roteiros turísticos paranaenses aos dos países do Mercosul.
Alvaro Dias (PDT)
Quer implementar a infra-estrutura necessária para organizar o “Eixo Internacional de Turismo Ecológico” como integrador dos pólos turísticos do Norte, Oeste e Curitiba-Litoral. Fortalecer o pólo de Foz do Iguaçu e consolidar os pólos de Curitiba e do Norte do Estado. Ampliar o turismo no litoral e desenvolver o turismo ecológico-rural na Serra do Mar e Lagamar. Pretende qualificar a mão-de-obra e criar linhas de crédito para fomento da atividade. O plano visa estimular a criação e consolidação de centros regionais de turismo ecológico, etnográfico, rural, de eventos, de aventura e gastronômico. E prevê ainda a implantação de terminais portuários turísticos em Paranaguá e Pontal do Sul e em lagos interiores que comportem navegação turística e a criação de mecanismos institucionais para planejamento, gestão, comercialização e divulgação.
Giovani Gionédis (PSC)
Criar o Corredor Turístico do Paraná, de Paranaguá a Foz do Iguaçu, fortalecer a infra-estrutura turística nos pólos de atração com incentivos e investimentos para o desenvolvimento dos recursos já existentes e criação de novos atrativos. A recuperação do litoral prevê investimentos na infra-estrutura turística e em programas de incentivo ao desenvolvimento de empreendedores. Ainda no litoral, pretende ampliar em cem metros a extensão da faixa de areia utilizando uma técnica desenvolvida na Holanda. No plano consta ainda a integração dos roteiros de lazer, sítios históricos, áreas de preservação natural, turismo rural, como forma de aumentar o fluxo e a permanência de turistas no Estado. Pretende definir ações de divulgação dos roteiros turísticos em âmbitos nacional e internacional.