Quantas arrobas de boi seriam necessárias para comprar uma viagem a Paris? E um roteiro para Nova York, custaria quantas sacas de milho? Em seu 14.º Workshop, realizado na semana passada, em São Paulo, a CVC anunciou que pretende incentivar os produtores de commodities do interior do Brasil a virarem clientes falando a linguagem deles, oferecendo seus produtos usando como referência valores bem conhecidos por este público. ?Queremos procurar as cooperativas agrícolas do interior do Paraná, São Paulo, Mato Grosso… e oferecer nossas viagens ao preço das commodities e a possibilidade de pagar quando terminar a safra?, diz Valter Patriani, presidente da CVC. ?É preciso ter criatividade para vender viagens e o sonho de viajar tem que caber no bolso de quem compra?, complementa ele, afirmando que, no Brasil, sobram operadores e faltam ?vendedores de viagem?.
Ícones turísticos dos Estados Unidos, Europa e países árabes, Nova York, Paris e Dubai, respectivamente, são os primeiros destinos do novo produto ?Capitais do mundo?, lançado pela CVC na semana passada e que tem como principal diferencial oferecer guias brasileiros para acompanhar os grupos em toda a viagem. ?Quando chegar um avião da TAM a Paris, por exemplo, terá uma moça vestida de amarelinho (uniforme da CVC) no aeroporto e recepcionando os brasileiros falando ?bom dia?, como já acontece na Disney?, comenta Patriani. ?Queremos mostrar que não é preciso falar inglês ou outras línguas para viajar.?
A viagem a Dubai (Emirados Árabes), por exemplo, custa a partir de US$ 1.898 por pessoa, em apartamento duplo, para saídas entre 18 de julho e 11 de agosto deste ano. Inclui quatro noites de hospedagem, passagem aérea São Paulo-Dubai-São Paulo em classe econômica com a Emirates, traslados de chegada e saída e city tour em Dubai e assistência-internacional Travel Ace.
Outro programa que inclui guias falando português é O mundo para brasileiros, que acaba de ganhar novos destinos – Leste Europeu, Grécia e Escandinávia. Os pacotes internacionais devem representar este ano 25% do faturamento da empresa.
A expectativa da maior operadora do País é crescer 12,5% este ano em relação ao ano passado e transportar, até 2010, 15 milhões de passageiros. ?O turismo sempre cresce duas vezes e meia a mais que o PIB, então apostamos em 12,5%, afirma Patriani.
Em 35 anos de existência, a CVC já embarcou mais de 10 milhões de passageiros em viagens pelo Brasil e exterior. A meta para este ano é vender 1,7 milhão de pacotes de viagens, contra 1,5 milhão em 2007. A operadora tem 240 lojas no País, além da Argentina (duas), Chile, Uruguai e França.
O 14.º Workshop CVC, ocorrido na semana passada, em São Paulo, teve como expositores mais de quinhentos parceiros da operadora no Brasil e exterior e atraiu mais de dez mil agentes de viagens de todo o País.
A jornalista viajou a convite da CVC Turismo.
Mais vôos fretados sairão do Paraná
Para a CVC, o apagão aéreo é coisa do passado, embora considere que reduzir o fluxo de vôos em São Paulo é uma medida importante para que o caos nos aeroportos não volte a acontecer. Neste sentido, a operadora resolveu que vai descentralizar sua malha aérea também no que diz respeito aos fretamentos para o Nordeste.
Em vez dos atuais 90% de vôos fretados, São Paulo e interior vão representar 60% e o restante (40%) será distribuído entre o Paraná (Curitiba, Londrina, Maringá), Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. ?O norte do Paraná tem despontado como grande mercado e Curitiba também ganhou muita força. São destinos que permitem fretamentos?, justifica Valter Patriani, presidente da CVC. As companhias aéreas que atendem a CVC são a TAM (doméstico e internacional) e a Webjet, companhia que foi adquirida pela operadora no ano passado. (DS)