Considerada a melhor cidade sem praia do Brasil pela revista Viagem e Turismo, Curitiba quer agora se tornar mais competitiva no setor de turismo.
O primeiro passo foi dado na última terça-feira, quando representantes do setor público e privado se reuniram no Salão de Atos do Parque Barigüi, durante o seminário “Construindo um novo rumo”. Um dos objetivos era apresentar e discutir a formação de um “cluster” turístico na capital paranaense.
O novo termo é, por definição, uma concentração geográfica de empresas e instituições relacionadas de um determinado negócio que unem forças para fortalecer a região e desenvolver um planejamento estratégico.
No caso do turismo em Curitiba, o setor trabalhado seria a cidade como um todo, já que o turismo permeia as diversas partes da economia.
“Temos estrutura e uma série de condições favoráveis para que o turismo possa crescer em um ritmo mais rápido. Mas a prefeitura sozinha não tem condições de arcar com tudo”, pondera o diretor de Turismo da Companhia de Desenvolvimento de Curitiba (CIC), Antonio Azevedo. “Daí a necessidade de o setor privado também participar. Temos de unir esforços e mesmo os concorrentes vão ter que trabalhar juntos para tornar o turismo mais competitivo”, completa.
Por enquanto, a proposta foi apenas apresentada aos setores ligados ao turismo -como hotéis, agências de viagens, universidades, guias turísticos -, mas Azevedo já se mostra otimista com a idéia. “Se ficar definido, por exemplo, que todos os trabalhadores ligados ao setor passem por um processo de capacitação e certificação, o turismo em Curitiba dará um up grade”, prevê.
Giovanni Foragi, que desenvolve diagnósticos e propostas estratégicas para o “cluster” turístico da Bahia, foi um dos palestrantes do evento. Um dos entusiastas da competitividade, Foragi cita como exemplo o caso da Nova Zelândia, que criou uma marca única para o local – 100% Pure New Zelandia – e hoje colhe os resultados. “Antes, cada Estado desenvolvia uma campanha de marketing. Hoje existe uma só e o país se tornou referência em turismo aventura”, aponta Foragi.
Crescimento
A meta da prefeitura de Curitiba é aumentar a participação do turismo no PIB, passando dos atuais 5% para 7%, até 2004.
O município fechou o ano de 2001 com 1.418.838 visitantes – acréscimo de 34% em relação ao ano anterior, quando o número de visitantes foi aproximadamente 1.053.000. Também o Aeroporto Internacional Afonso Pena registrou aumento do número de passageiros: de 2.163.070 em 2000 (entre embarques e desembarques) passou para 2.555.569 em 2001 – acréscimo de 18,14%, segundo dados da Diretoria de Turismo. A meta é fechar o ano de 2002 com um aumento de 10% turistas, em relação a 2001.