As seis colônias que farão inicialmente parte do Roteiro dos Imigrantes estão em contagem regressiva. A previsão é que as comunidades abram suas portas a partir de janeiro, não apenas para o turismo rural, como histórico-cultural. De acordo com o consultor em turismo Alexandre Negendank, a previsão conservadora é de que, até o fim de 2005, cada rota (eslavo-germânica e holandesa) receba pelo menos quatro ônibus por mês. Para 2006, com a divulgação ao mercado nacional e internacional, a idéia é que este número quintuplique.
Para Alexandre, o otimismo tem fundamento. "O turismo rural é um segmento que vem crescendo no mundo inteiro", destaca. "E no Roteiro dos Imigrantes, além da beleza natural há a cultura européia, que é o grande valor agregado do nosso produto".
O Roteiro dos Imigrantes abrange inicialmente seis municípios que tiveram forte influência em seu desenvolvimento através da implantação de cooperativas de colonização européia. Abaixo, as seis cooperativas que fazem parte do roteiro:
Rota eslavo-germânica
Witmarsum
A formação da Colônia Witmarsum em julho de 1951 resultou de um movimento colonizador espontâneo realizado por reimigrantes Menonitas, membros de uma organização religiosa protestante, surgida no século XVI na Europa, fundamentada na fé e no trabalho, que anteriormente haviam se estabelecido em Santa Catarina. Nela encontram-se grupos que visam manter a tradição cultural, um museu histórico, beleza cênica e está distante apenas 60 km de Curitiba. A gastronomia, com o tradicional café colonial, é um dos principais atrativos da colônia.
Agrária
Entre os rios Jordão e Pinhão, a Colônia Entre Rios foi construída por imigrantes alemães suábios que habitavam as margens do rio Danúbio da Alemanha, Áustria e Iugoslávia. A colônia é formada pelas aldeias de Samambaia, Jordãozinho, Vitória, Cachoeira e Socorro. Seus imigrantes mantêm a tradição germânica na gastronomia e arquitetura. A comunidade preserva seus costumes através de diversas manifestações como danças folclóricas, banda de música, coral e grupos de música instrumental, além de ser um dos principais produtores de malte do país. A cooperativa Agrária mantém um museu que conta a história da imigração e também um centro cultural para o desenvolvimento das atividades que preservam as tradições dos suábios.
Camp
Sede da Cooperativa Camp, Prudentópolis se constitui em um dos maiores contingentes de imigração polonesa e ucraniana, alcançando 80% da população. As tradições desse povo são muito fortes em comemorações especiais como a Páscoa ou então através do estilo arquitetônico das inúmeras igrejas. Os ucranianos são rurícolas por natureza e muito religiosos. Hoje, Prudentópolis é conhecida internacionalmente pelos atrativos naturais e pela beleza dos seus saltos e cachoeiras. Inclusive, fica no município a maior queda d´água do Paraná, a cachoeira de São Francisco, com aproximadamente 200 metros.
Rota holandesa
Batavo
Em 1911 chegaram a Carambeí, então pertencente ao município de Castro, as primeiras famílias de imigrantes holandeses, motivadas por um plano de colonização. Em 1925, começaram as atividades da Sociedade Cooperativa Holandesa de Laticínios, com a marca Batavo surgindo em 1928. A história dos imigrantes pode ser conhecida na Casa da Memória do Parque Histórico Carambeí. A arquitetura em estilo holandês, que predomina em boa parte das construções, é outro atrativo.
Castrolanda
Em uma área original de 5 mil hectares nasceram a Colônia e a Cooperativa Agropecuária Castrolanda. Com a chegada das famílias holandesas veio também toda uma infra-estrutura – gado leiteiro, tratores, implementos e equipamentos para uma indústria de laticínios. Os holandeses de Castrolanda preservam seus costumes e tradições através da arquitetura, grupo folclórico, artesanato e gastronomia. Marca da presença dos imigrantes naquela colônia é a réplica perfeita de um moinho de vento, que abriga o Memorial da Imigração Holandesa. Outro ponto de visitação é a Casa do Imigrante Holandês.
Capal
A colônia mais recente do grupo ABC (Arapoti/Batavo/Castrolanda) é a de Arapoti, que com empenho vem alcançando os mesmos níveis de desenvolvimento das colônias irmãs. Hoje, Arapoti apresenta um excelente desenvolvimento na agricultura e na pecuária leiteira, com uma produtividade acima da média estadual e que colabora decididamente para a solidificação do turismo técnico-científico na região. Preocupada também com a preservação de suas origens, a colônia mantém viva em museus particulares a história técnica que tanto contribuiu para a evolução do sistema produtivo no município.
Maiores informações sobre o Roteiro dos Imigrantes através do fone (41) 353-6267.
Sem medo de investir
O empresário Carlos Augusto Zanatta é um dos que acreditam no projeto Circuito das Cooperativas e já vem investindo no potencial turístico de Prudentópolis. Proprietário de uma casa de insumos agropecuários, Zanatta iniciou há dois anos a construção de uma pousada na BR 373, km 89 – sentido Prudentópolis-Ponta Grossa. A idéia é iniciar as atividades entre junho e julho de 2005. A pousada, composta por chalés, conta com vinte apartamentos. Quando o assunto são cifras, Zanatta prefere não revelar o montante do investimento. "Acredito no potencial turístico de Prudentópolis, e como é uma área que vem crescendo bastante, decidi diversificar um pouco os negócios", disse apenas.
A idéia, segundo ele, é iniciar o empreendimento com vinte apartamentos e ampliar o negócio em seguida, com a construção inclusive de uma piscina térmica. "Meu sonho é transformar a área em um resort", revela. Segundo Zanatta, as belezas naturais, especialmente por conta das inúmeras cachoeiras, são as principais atrações do local. Ele reconhece que ainda falta infra-estrutura no município para a exploração do turismo, mas diz acreditar no potencial da região. "As cachoeiras são extraordinárias, e a parte cultural também é muito forte", apontou.