China será destino número 1 em 2014

A China deve ultrapassar a França em número de turistas até 2014. A informação está no livro Os Chineses, escrito pela jornalista Cláudia Trevisan e editado pela Contexto.

A obra, que faz parte da coleção Povos e Civilizações, da Editora Contexto, é uma referência para o turista que quiser conhecer um pouco do país antes de visitá-lo. Hoje, a China recebe 54,7 milhões de turistas anualmente.

Para a jornalista, que vive e trabalha naquele país, é quase uma obrigação saber o que está por trás das Muralhas da China e sobre a vida dos chineses, um povo intrigante e que “está mexendo com os alicerces do mundo”.

Em catorze capítulos ela retrata desde os exóticos ingredientes da culinária chinesa aos segredos da medicina; da política de filho único até o papel da mulher na sociedade; da mudança de comportamento entre os jovens até os bastidores das Olimpíadas 2008.

Esse livro, ricamente ilustrado, ajuda a compreender como é a cultura desse país que se tornou crucial nas transações econômicas e políticas do mundo. A China que era o reino das bicicletas até o fim dos anos 1990 hoje é o segundo maior mercado automobilístico do mundo, com a promessa de assumir o primeiro lugar do ranking este ano.

O livro relata também as mudanças na sociedade, com a nova posição da mulher, por exemplo. Hoje as chinesas são empresárias, cada vez mais fazem sexo antes do casamento e começam a abordar homens de uma maneira que seria inimaginável para suas mães. Ao mesmo tempo, o novo-riquismo reabilitou práticas que haviam sido extintas com a Revolução Comunista, como o concubinato.

Muita coisa ainda é preservada no folclore chinês, que mistura superstição e tradição. A crença nos números é uma delas. O 13 chinês é o número quatro, no outro extremo o oito é o da sorte.

Celulares com o final oito chegam a custar o triplo do preço, noivas esperam, felizes, pelo oitavo dia do oitavo mês do ano, mesmo que isso adie o casamento. Sob o signo do dragão, ano-novo em fevereiro, a língua sem alfabeto e a cerimônia do chá são outras curiosidades carregadas de crendices, que reforçam a riqueza cultural da China.

Um grande representante dessa cultura é o kung fu e seus heróis, que até hoje habitam as salas de cinema, como o filme O tigre e o dragão, baseado no livro do escritor chinês Wang Du Lu, vencedor de quatro Oscars.

Cláudia cita também os grandes clássicos, a renovação literária, o teatro cantado – espetáculos que costumam mesclar música, poesia, dança, acrobacia e artes marciais – e a escrita como arte.

“O caráter elaborado da escrita transformou a caligrafia em uma das manifestações artísticas mais antigas e tradicionais da China e dos países onde os caracteres chineses foram adotados, como Japão e Coréia”, lembra a autora. Templos e palácios de Pequim mantêm painéis com inscrições feitas pelos próprios imperadores.

Cláudia Trevisan mergulha na história chinesa, revelando desde o passado de grandes invenções à atual globalização. Descreve o Império do meio, yin-yang, i ching, feng shui e a milenar medicina, que continua a ser utilizada pela população.

O último capítulo, “A nova potência?”, apresenta o modo econômico chinês e a ironia de ver americanos e ingleses estatizando seus bancos. Enfoca como os chineses usaram a Olimpíada de 2008 para apresentar esse novo país, que deixa o mundo boquiaberto.

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