Sonhos perseguem o Castelo Eldorado em Marilândia do Sul, a cerca de cem quilômetros de Maringá. Seu fundador, o alemão Henrique Stahlke Filho, sonhou com uma construção robusta e imponente.
As paredes de 68 centímetros de espessura estão distribuídas por uma área de 2.142 metros quadrados. O castelo dispunha de elevador e tinha os quartos interligados por interfones.
A construção – que durou sete anos – começou em 1942 com parte do material importada. Janela e vidros franceses, lustres da antiga Tchecoslováquia, cortinas da Síria, gesso da Espanha, banheiras e pias de ferro fundido de Portugal e mármore carraro da Itália.
No local funcionava a República do Eldorado, uma cidade com 1,2 mil casas, cinco mil pessoas e a maior serraria da América Latina, que produzia 400 metros cúbicos de madeira por dia.
A cidadela tinha até moeda própria, o Boró, usada pelos moradores. A família Stahlke tinha seu negócio calcado na exploração da imensa floresta de araucária. Com o fim do chamado “ciclo da madeira”, o sonho ruiu.
Em 1964, um dos filhos do patriarca vendeu o que restou da propriedade ao professor Álvaro Pereira Salles, que quis construir um spa no local. A falta de dinheiro, porém, adiou o sonho. Álvaro adoeceu e o castelo hoje está sob responsabilidade da mulher, Célia, e da filha, Silvia Helena Escudeiro. Elas, agora, fazem planos para que o sonho se concretize.
Lendas
Boatos não faltam ao Eldorado. Dizem que o castelo foi construído para abrigar fugitivos nazistas da Segunda Guerra Mundial. Até Joseph Menguelle teria se hospedado lá. Há quem diga que os quartos são mal-assombrados, pois à noite ouvem-se portas e janelas baterem sozinhas.
Para Silvia, é tudo bobagem. “Não tem nada, não. Queremos receber visitas, pois há muitas coisas interessantes pra ver aqui”, garante. De fato. Um imenso bosque com árvores nativas (algumas antigas araucárias) cerca o castelo. Para quem curte natureza ou gosta de acampar, um presente. Contato: (43) 8821-4949, com Célia.
