O Paraná acaba de ganhar mais um produto turístico que irá incrementar a gama de ofertas voltadas ao ecoturismo e ao turismo de aventura. É o Caminho do Itupava, uma rota de 22 quilômetros que liga os municípios de Quatro Barras (Região Metropolitana de Curitiba) a Morretes (litoral), usada antigamente por tropas que buscavam e levavam mercadorias do litoral para o planalto. A previsão é a de que seja reaberto ainda este mês.
O coordenador técnico do Programa Pró-Atlântica, Adilson Wandembruck, da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, recomenda que as pessoas esperem a abertura oficial do caminho para percorrê-lo porque terão mais estrutura, informação e segurança. ?A partir da abertura, os turistas vão contar com serviços de profissionais do IAP (Instituto Ambiental do Paraná), das prefeituras e de voluntários nas duas vias de acesso, assim como material explicativo (filme em DVD e folders) sobre a rota, além da segurança de policiais ambientais?, destaca.
Natureza
Santuário do Cadeado, limite para quem não tem ?fôlego?. |
O Caminho do Itupava corta três unidades de conservação – Parque Estadual Serra da Baitaca, Área Especial de Interesse Turístico do Marumby e Parque Estadual Pico do Marumby. Do total de 22 quilômetros, 16 foram recuperados a fim de facilitar o percurso por parte de turistas, ambientalistas, estudiosos e outros interessados. A trilha teve sua largura padronizada em um metro em toda a sua extensão, foi desobstruída de árvores caídas e outros obstáculos, ganhou pontes e passarelas sobre seis rios e foram abertas vias de escoamento para não acumular água.
Centro de Visitantes
Um dos acessos da rota, a localidade de Prainhas, em Morretes, vai ganhar um Centro de Visitantes, onde os turistas receberão informações gerais sobre o caminho e a importância da conservação dos remanescentes da Floresta Atlântica.
Segundo Adilson Wandembruck, a rota tem tudo para agradar os adeptos do ecoturismo e turismo de aventura. ?É uma mata de transição entre a Floresta de Araucária e a Floresta Atlântica, com diferentes tipos de vegetação; rios da serra, como o São João, Taquaral e Ipiranga; além de muitos animais, como macaco-prego, bugio, quati, tucanos, jaguatiricas e serelepes?, descreve.
Quanto ao nível de dificuldade do caminho para os turistas, o técnico considera que ele pode ser percorrido por qualquer pessoa em condições normais de saúde, porém, ressalva que os interessados em percorrê-lo devem avaliar bem suas condições físicas porque, em 16 quilômetros da rota, não é possível acesso de nenhum veículo, no caso de desistência. O caminho todo, de Quatro Barras a Morretes, é feito em uma média de seis horas e o percurso contrário leva cerca de oito horas.
Para as pessoas que não têm condicionamento adequado para percorrer os 16 quilômetros, há duas outras opções para caminhada: de Prainhas até o Santuário do Cadeado (percurso de ida e volta é de 4,8 quilômetros, que podem ser feitos em uma hora e meia) ou de Quatro Barras à localidade de Boa Vista (percurso de oito quilômetros, levando três horas e meia).