O número de brasileiros com entrada recusada no Reino Unido tem aumentado significativamente nos últimos meses. A consultora jurídica Vitória Nabas, da Casa Latino-Americana, instituição que presta assessoria gratuita aos brasileiros que enfrentam problemas com imigração, afirma que cerca de 50% dos estudantes brasileiros que chegam àquele país com carta da escola confirmando sua matrícula não estão sendo autorizados a entrar e são obrigados a retornar ao Brasil no primeiro vôo. Essa estatística, no entanto, não é confirmada pelo Consulado Geral Britânico no Brasil, com sede no Rio de Janeiro.

De acordo com os dados do UK Visas, órgão do governo Britânico responsável pela admissão de estrangeiros, de 2% a 3% dos estudantes brasileiros têm sua entrada recusada no Reino Unido. “Embora não tenha havido mudanças na política de imigração britânica, um número cada vez maior de brasileiros não está conseguindo convencer as autoridades de imigração britânicas quanto à veracidade das razões alegadas para sua visita”, diz o cônsul-geral britânico, Paul Yaghmourian.

Dicas

Para evitar problemas com a imigração, o cônsul orienta os brasileiros a terem em mãos um comprovante de matrícula em algum estabelecimento reconhecido. Isso porque muitos brasileiros têm tentado entrar naquele país, com visto de estudante, com a intenção implícita de trabalhar matriculando-se em qualquer escola somente para ter sua entrada facilitada.

Outras orientações são que os estudantes comprovem que têm recursos suficientes para custear sua estada durante o tempo que se propõe a ficar no país, que apresente a passagem de volta e um comprovante do local de hospedagem (reserva de hotel ou carta do proprietário da casa onde residirá durante o período de estudo).

Provas

Para reduzir ainda mais o risco de recusa da entrada, é recomendado que o estudante apresente ainda documentos comprobatórios de seu status no Brasil, como comprovante de residência, de emprego ou estudos, extratos bancários e outros recursos financeiros. “Temos o maior prazer em receber visitantes genuínos em nosso país, mas há uma considerável preocupação pública quanto à imigração ilegal no Reino Unido – assim como acontece em outros países”, afirma Paul Yaghmourian. “Nossos controles de imigração são seguidos rigorosamente, qualquer brasileiro que queira trabalhar no Reino Unido deve solicitar uma permissão de trabalho antes da viagem”, complementa.

Serviço: Todos os detalhes sobre os requisitos necessários para a entrada no Reino Unido podem ser obtidos no Consulado Geral Britânico do Rio de Janeiro, nos sites www.reinounido.org.br e www.ukvisas.gov.uk ou ainda pelo e-mail consular.section.riodejaneiro@fco.gov.uk ou telefone (21) 2555-9640.

Em Curitiba, o Consulado Honorário Britânico situa-se na Rua Presidente Faria, 51 -2º andar, conjunto 203, telefone: (41) 322-1202, e-mail

curitiba@grabretanha.org.br.

Recomendam-se escolas reconhecidas

Estar matriculado em uma escola reconhecida e comprovar isso facilita muito a entrada de estudantes na Grã-Bretanha. A diretora Mônica Oliveira, da Central de Intercâmbio de Curitiba, agência de viagem especializada em turismo jovem e educacional, orienta os interessados em estudar em Londres que escolham escolas de boa reputação como as que fazem parte do British Council. “Muitos estudantes que fazem matrículas pela internet, atraídos pelos baixos preços que essas escolas podem oferecer, muitas vezes, descobrem que é uma ilusão. A escola pode ser de baixo nível e sem estrutura e recursos para auxiliar os estudantes, por isso, o barato, muitas vezes, sai caro e com sabor de frustração”, diz Mônica.

Ela lembra que as agências especializadas em intercâmbio oferecem exatamente o mesmo preço que a escola na internet. “Muitas agências podem oferecer promoções que não têm na internet”, afirma a diretora da CI. De acordo com Mônica, existe uma explicação lógica para isso: o valor que consta na rede atinge o mercado do mundo todo e muitos acordos são feitos entre escolas e agências especializadas com intuito de beneficiar cada mercado específico. “Nas agências, os brasileiros ainda têm a vantagem de diferentes formas de pagamento”, complementa a diretora.

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