Brasil quer atrair 5,6 mi de estrangeiros

O governo brasileiro, por meio da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), vai investir este ano em relações públicas para promoção do País no exterior. O processo de licitação, no valor de R$ 12 milhões, já está em andamento e deve ser concluído ainda este mês. O anúncio foi dado pelo presidente da Embratur, Eduardo Sanovicz, na semana passada em Curitiba, onde, a convite do Curitiba Convention & Visitors Bureau, apresentou o Plano Aquarela a empresários e trade turístico.

O Aquarela, um trabalho de marketing turístico internacional desenvolvido pela Embratur, é um dos responsáveis pelo cumprimento das metas definidas no Plano Nacional do Turismo (PNT), que é atrair nove milhões de turistas estrangeiros ao Brasil, gerar US$ 8 bilhões em divisas e criar 1,2 milhão de empregos para o setor. A Marca Brasil e o novo estande que está sendo usado nas feiras internacionais são os dois produtos gerados pelo Plano Aquarela.

Para este ano, a meta é atrair 5,6 milhões de estrangeiros ao Brasil. Sanovicz disse não poder divulgar quanto será investido em cada país na atração de turistas, por uma questão estratégica. ?Nossos concorrentes também não divulgam?, comenta. O presidente da Embratur disse apenas que o Plano Aquarela foi traçado com base nos resultados de uma pesquisa, feita por meio de cinco mil questionários enviados para dezoito países, incluindo o Brasil. As perguntas foram respondidas por entidades de classe, conventions bureaux, profissionais do trade turístico e turistas.

Trabalho individualizado

Com as respostas em mãos, foi traçado o trabalho de promoção do Brasil em cada um deles, de maneira individualizada, seguindo o anseio de cada público. ?O foco de ação muda de acordo com a demanda?, acentua. Isso porque os cinco grandes segmentos do turismo brasileiro – sol e praia, ecoturismo, esportes, cultura, negócios e eventos -são prediletos, mas não necessariamente nessa ordem por todos os países pesquisados. ?Nos países asiáticos, por exemplo, as pessoas não querem sol e praia quando viajam porque têm vergonha de mostrar o corpo e porque não têm o hábito de ir à praia. Eles procuram beleza natural, por isso, são loucos por Iguaçu (Cataratas, em Foz do Iguaçu)?, observa.

Para exemplificar, Eduardo Sanovicz citou a Alemanha, o maior gerador de receita de turismo do mundo – registrando US$ 64,7 bilhões em 2003. Conforme pesquisa, a Alemanha emitiu 24 milhões de bilhetes aéreos para fora da União Européia e lá há 3,1 milhões de passageiros que são ?sensíveis a uma ação que os atraia para o sul do planeta?. ?Deste total, a nossa meta é atrair 615 mil?, informa.

O que mais atrai os germânicos são: clima, povo, natureza e praias. Por isso, a Embratur vai promover lá três principais produtos: sol e mar, ecoturismo e festas populares.

Os principais concorrentes do Brasil na atração do turista alemão são Argentina, Cuba, Venezuela e Peru. ?Já na atração de turistas japoneses, por exemplo, a Argentina não é nossa concorrente, é nossa aliada, porque ninguém sai do Japão só para vir ao Brasil, o turista já aproveita para conhecer mais de um país da América do Sul?, comenta Sanovicz.

Em 2003, o Brasil recebeu 4,1 milhões de visitantes estrangeiros, dos quais 315.532 eram alemães. Os destinos mais visitados pelos germânicos foram Rio de Janeiro, Salvador, Foz do Iguaçu, São Paulo, Recife, Porto Alegre, Fortaleza e Florianópolis. A Alemanha é o terceiro emissor de turistas para o Brasil, ficando atrás somente da Argentina e dos Estados Unidos. Em 2004, 4.724.623 estrangeiros visitaram o Brasil, o que representou um crescimento de 15,49% em relação ao ano anterior (mais que a média mundial, que foi 10%) e entrada de US$ 3,9 bilhões em divisas.

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