O Brasil poderá desistir de exigir o cumprimento da lei de reciprocidade na questão dos vistos com os Estados Unidos. O Conselho Nacional de Turismo recebeu hoje o apelo da Federação Brasileira dos Convention & Visitors Bureaux e de todas as entidades do setor turístico nacional para que o País desista da reciprocidade. “Os Estados Unidos não devem, mas podem, por questões conjunturais de segurança, exigir visto dos brasileiros e até de passageiros em trânsito. É uma medida antipática, restritiva, mas nós não podemos exigir a reciprocidade existente de tratamento porque só temos a perder”, disse o presidente da federação, o gaúcho João Luiz dos Santos Moreira, também presidente do Porto Alegre Convention & Visitors Bureau.
“Vamos amargar prejuízos muito sérios. Para os EUA, as perdas com o turismo de brasileiros serão mínimas. Mas, para nós, integrantes do terceiro mundo, as perdas serão irreparáveis”, completou. O Conselho Nacional de Turismo examinará a solicitação da federação e deverá deliberar uma resolução neste sentido ainda durante esta semana. “O Brasil não pode exigir até visto de trânsito para americanos que passem pelo País com destino a outros países da América do Sul. Isso parece um absurdo. Nosso turismo e nosso País precisam de recursos do setor, precisam de visitantes, eventos, congressos, encontros e não tem razão suficientemente forte para prescindir dos dólares americanos”, afirma Moreira.
O dirigente recebeu apoio da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih Nacional) para o encaminhamento da proposição. Segundo Carlos Henrique Schmidt, presidente da Abih-RS, “o cumprimento da reciprocidade só causará danos ao turismo brasileiro. Não temos motivos para exigir visto de trânsito para americanos. Isso é um absurdo. A hotelaria e todo o trade, que tenta se reerguer com novas ações e novas políticas de turismo, não podem sofrer este novo abalo”, afirmou.
