Nos últimos anos, diversas maneiras de se aventurar pelo País e pelo mundo afora foram desenvolvidas e creditadas como turismo. Atualmente existe o turismo ecológico, o turismo de aventura, o turismo de negócios, o turismo rural, o turismo tradicional, entre outros. Uma nova modalidade poderia ser encaixada nesse grupo: o turismo de escritório, uma atividade entre amigos e colegas de trabalho. Já pensou em organizar um turismo com os colegas de trabalho? Parece uma idéia insana, trabalhosa? Pois saiba que no balanço de uma aventura dessas, realizada pelo pessol da redação do jornal O Estado do Paraná, quase tudo deu certo e o índice de acerto foi dos melhores.
Para dizer a verdade, a atividade foi criada na redação deste jornal – se ninguém reclamar em outro lugar que tenha feito isso primeiro. O projeto dos jornalistas reuniu os colegas mais animados, aqueles que gostam de andar de bicicleta. Em seguida, foi escolhido um local que desafiasse os candidatos a atleta: Serra do Rio do Rastro, entre Urubici, Bom Jardim da Serra e Lauro Müller, não muito longe da famosa São Joaquim, aquela das neves. Uma região das mais belas no Estado de Santa Catarina que, por vezes, é conhecida apenas por causa do extremo frio que provoca nevascas no meio do ano.
Em seguida, dois ou três membros do grupo avaliaram os custos do transporte, da alimentação e da hospedagem. Pronto. Colocou-se a produção na rua, um ônibus foi alugado, contatos na região foram feitos e a equipe de ciclistas amadores da redação estava pronta para viajar, com seus 21 componentes.
A região escolhida mostrou ser um desafio interessante para a galera. Embora o local seja conhecido pelo frio, a beleza natural da serra e dos cânions ao redor vale qualquer transtorno passageiro. Foram quinhentos quilômetros na ida e mais quinhentos na volta. Nada complicado. O confortável ônibus, da Princesa dos Campos, nos levou em apenas seis horas de viagem, via Florianópolis. O trajeto é fácil. De Curitiba a Florianópolis, trezentos quilômetros. Logo na saída da cidade, em São José, pela estrada BR-282 em direção a Urubici, mais duzentos quilômetros. É fácil chegar.
De fato dentro desta nova modalidade de turismo de escritório, os 21 pioneiros mostraram entusiasmo e compartilharam as idéias e experiências. Uns, cuidaram das bicicletas, consertando um câmbio aqui, um pneu ali. Outros aproveitaram o visual e descansaram nos gramados.
Todos desceram os dez quilômetros da Serra do Rio do Rastro, bem no trecho onde ela serpenteia as montanhas. Alguns por três vezes. Uns poucos ainda tiveram a coragem de subir o belo, mas íngreme local. Com certeza, todos se divertiram e aproveitaram esse final de semana de turismo do tipo “nós mesmos fazemos, nos conhecemos, acertamos e erramos, mas vamos aproveitar”. O turismo de escritório está aprovado.
Nas cidades vizinhas a essa região serrana, Bom Jardim da Serra, Urubici e Lauro Müller, a estrutura turística é precária, como em quase todo o Brasil. Parece que o turismo está engatinhando ainda. Prefeituras, governo do estado e população local ainda não perceberam o quanto é bela a região da Serra do Rio do Rastro. Existem algumas pousadas e churrascarias nas estradas. Apesar disso tudo, compensa um passeio no local. Aliás, para os mais aventureiros, essa é uma das mais belas regiões do Brasil para acampar, com cachoeiras, florestas, trilhas e serras. As belezas panorâmicas são indescritíveis.
Vantagens de uma viagem entre amigos
Este é um turismo prático, barato e conveniente. Os custos são diluídos, honestamente, entre os amigos. O item mais importante, que permite que o turista fique sossegado, é a confiança entre seus pares, que não são desconhecidos. Durante a viagem, não é preciso se preocupar com carteiras, máquinas fotográficas e objetos de valor, porque todos se conhecem e, assim, pode-se aproveitar ainda mais o passeio. As vantagens são inúmeras.
O grupo escolheu o hotel onde iria ficar, os melhores restaurantes e as devidas paradas na estrada, recusando-se a serviços de baixa qualidade. Além disso, para cada passeio, era possível sair na hora que a comunidade determinava e voltar também no horário que fosse melhor para todos.
Sem neuroses, sem problemas e como manda o manual do bom turista que não quer se estressar com agências, companhias de transporte, traslados e horários restritos. Nesse tipo de viagem, ainda se pode praticar o ciclismo, as cavalgadas (alugando cavalos no local, é evidente), caminhar nas trilhas e divertir-se à beça. Não existe problema algum em alugar uma bicicleta ou contratar um guia local. Eles estão sempre disponíveis.
Acrescente a isso tudo o fato de que se paga bem menos por todo o pacote desenvolvido na própria empresa onde se trabalha. O turismo de escritório (ou fábrica, ou redação ou etc.) parece ser uma ótima opção para economia de divisas em passeios mais curtos, como em finais de semana prolongados ou mesmo num sábado e domingo normais. (AG)
Dormindo entre as nuvens
Bom Jardim da Serra possui uma variedade de pousadas, que, como o nome já diz, são hotéis-fazenda que oferecem conforto e aquela comidinha caseira, além de propiciar ao hóspede a possibilidade de acompanhar pari e passu as atividades diárias de uma fazenda.
Se esse não for o seu interesse, você pode fazer cavalgadas por trilhas lindíssimas, conhecendo locais que permanecerão em sua memória por toda sua vida. Todo turismo praticado nesta região é ecológico e procura orientar os participantes sobre a necessidade da preservação da natureza com toda a sua biodiversidade.
Dentre as pousadas existentes destacamos a Pousada Santa Rita, que dista aproximadamente doze quilômetros do centro de Bom Jardim, onde seus proprietários, a Márcia e o Manoel, fazem de um tudo para garantir o conforto, tranqüilidade e bem-estar de seus hóspedes.
No inverno é muito freqüente a neve na região onde fica a Pousada Santa Rita, fato que embeleza ainda mais o já lindo cenário onde ela se encontra. Mais informações sobre a pousada podem ser obtidas pelo telefone (49) 232-0255.
Figura carimbada
A apenas trezentos metros dos cânions da Serra do Rio do Rastro, no bairro Boca da Serra, está a charmosa Fazenda do Rio do Rastro, um hotel com apenas dois anos. A 230 quilômetros de Florianópolis e a 1.456 metros de altitude, os hóspedes podem passear literalmente entre as nuvens. No inverno, as temperaturas caem a doze graus negativos, chegando a nevar. Durante o restante do ano, a temperatura média é de quatorze graus. O hotel é freqüentado por pessoas de todas as idades, casais em lua-de-mel, amantes da natureza e ecologia ou ainda esportistas radicais para despencar de asa-delta e pára-pente. No verão as paisagens são de tirar o fôlego.
O hotel tem lago com trutas e outros peixes e você pode passar algumas horas pescando e divertindo-se nesse lago que fica ao lado do restaurante. Várias são as opções de passeios ecológicos pelos cânions e cascatas dentro da propriedade, a pé ou a cavalo.A fazenda possui alguns cavalos e cabeças de gado, mas na região é possível encontrar puma, jaguatirica, gato do mato, cutia, lebre, veado, gavião do penacho, gralha azul, mergulhão, marrecas nativas, quero-quero, tico-tico, canário da telha, sabiá, saíra, jacutinga, jacucaca, carcará, etc.
Serviço – O Rio do Rastro Hotel Fazenda situa-se na Rodovia SC – 438, km 130 – Bom Jardim da Serra (SC). Telefone/fax (48) 491-2610, e-mail reservas@riodorastro.com.br e site www.riodorastro.com.br (AG)
