Aqui mesmo, na América do Sul, nossos ?hermanos? vizinhos mantêm as portas do país abertas para o brasileiro que quiser entrar. Deixando de lado a rivalidade do futebol, é possível enxergar o quão próxima está a bela Argentina. Não apenas no mapa, medida em quilômetros, a facilidade de visitar o país é um dos muitos atrativos. As vantagens são muitas: não é preciso passaporte, tampouco visto, basta a carteira de identidade para atravessar a fronteira, que pode ser cruzada de carro, ônibus ou avião. Além disso, o destino não é apenas encantador, é barato – um peso (moeda argentina) custa, em média, R$ 0,70. Onde ficar? As opções de hospedagem são as mais variadas e, do norte ao extremo sul do país, existem hostels (albergues da juventude), sempre uma boa e divertida opção. Sem mencionar o atrativo do idioma diferente, mas também próximo – uma das diversões da viagem é tentar falar e se fazer entender.
Em quinze dias é possível visitar quatro regiões das mais interessantes do país. Do centro ao norte, conhecer Buenos Aires, Córdoba, Rosario e Mendoza é um passeio e tanto. Chegando de avião à capital federal e percorrendo o trajeto interno de ônibus – não há mais roteiros ferroviários entre as cidades -já é possível sentir um pouco do que é a Argentina. Muito mais que alfajores, vinhos, queijos, filé argentino e tango, o que encanta no país é a arquitetura, o povo e a cultura.
Se o ponto de chegada e partida for Buenos Aires, a dica é deixar a capital por último. Do Aeroporto Internacional Ezeiza até o terminal rodoviário Retiro, na região central da cidade, um táxi custa em média 50 pesos (R$ 35) e o trajeto leva cerca de 40 minutos. No Retiro, o leque de opções de empresas de ônibus é enorme – são preços, tempo de viagem e qualidade bastante variados – basta escolher com cuidado. De Buenos Aires a Mendoza são 18 horas de viagem, se a opção de passagem for por um coche-cama, que geralmente tem os serviços de bordo – esse tempo passa muito rápido.
Comece por Mendoza e seus vinhos
A cerca de mil quilômetros de Buenos Aires, Mendoza é a capital da província de mesmo nome e faz parte da região conhecida por Cuyo. A cidade, que tem perto de um milhão de habitantes, é bastante charmosa: o centro é pequeno e aconchegante e proporciona uma bela vista das montanhas. Mendoza é uma cidade para sentir. O ideal é conhecer a cidade a pé, sem pressa, e percebendo cada detalhe da estrutura e também dos ?mendozinos?.
Na região central, um detalhe curioso é a simetria que segue a disposição das praças locais. No centro está a principal, Plaza Independencia, e ao redor, distantes exatas quatro quadras uma da outra estão as demais: a lindíssima Plaza Espanha, a curiosa Plaza Itália, a vistosa San Martín e a mais simples Plaza Chile. Não deixe de caminhar pelo Paseo Sarmiento, a partir da Plaza Independencia. É um lugar agitado, ótimo para compras e para um café. O passeio se completa com a visita ao Parque General San Martín, que oferece belo passeio por museus, lago, cerros, zoológico e centro esportivo. Saindo da cidade, dois passeios não podem deixar de ser feitos. A região de Mendoza é a mais tradicional do vinho argentino, portanto, deixe um dia para fazer esse caminho, visitando as ?bodegas? locais, com direito a degustação. Esse roteiro está disponível em muitos dos escritórios de turismo da cidade.
Outro roteiro imperdível é o passeio pelas cordilheiras, as ?Altas Montanhas?. Nessa época do ano, a temperatura média é de 15 graus e, como Mendoza fica próxima do Chile, cuja divisa é marcada pela Cordilheira dos Andes, a neve é um dos principais atrativos. Entre os componentes dessa paisagem fantástica estão o Dique Cipolletti, o Rio Mendoza, a estação de esqui Los Penitentes, a Puente del Inca e, é claro, perceber a mudança da pré-cordilheira para a cordilheira mesmo e o imponente Aconcágua, o pico mais alto da América.
Em três dias é possível conhecer essas três faces de Mendoza. Uma sugestão de hospedagem são os hostels. O tradicional da cidade é o Campo Base, que tem duas sedes. Administrado por jovens, a estrutura desse ?albergue da juventude? é propícia para que ninguém saia de lá sem amigos. (NF)
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