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Vulcão Arenal, na Costa Rica:
uma das maiores belezas naturais
registradas durante a viagem.

A história de aventura do paranaense Rui Machado, 52 anos, é de impressionar qualquer um: ele viajou de Miami a Francisco Beltrão, sudoeste do Paraná, de carro. Foram 28.460 quilômetros percorridos durante 81 dias, a bordo de uma van ano 95. Rui e seu amigo paulista, Darci More, passaram por quatorze países, incluindo os Estados Unidos e o Brasil. A aventura sobre rodas foi registrada tanto em fotos – duas mil no total -como em vídeo. A intenção, segundo Rui Machado, é entrar no Rank Brasil – Livro dos Recordes Brasileiros – como a mais longa jornada de carro.

Rui conta que foi para os Estados Unidos, em outubro de 2002, já com o sonho de voltar ao Brasil dirigindo. Depois de passar dois anos em Miami, fazendo "bico" nas mais diversas áreas, ele e o amigo colocaram o pé na estrada de volta às terras brasileiras. A aventura começou no dia 7 de setembro e terminou há cerca de um mês, no dia 26 de novembro.

"Comprei um carro por US$ 1,8 mil (Dodge), ano 95. Felizmente, o carro não teve um único problema durante toda a viagem", conta. O aspecto negativo é que Rui terá que se desfazer do veículo em poucos meses, já que é proibida a permanência de veículos estrangeiros usados no Brasil. A Receita Federal, segundo Rui, concedeu permanência do veículo por noventa dias, que pode ser prorrogada por mais noventa.

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Quanto à viagem em si, Rui conta que custou cerca de US$ 7,5 mil e não houve qualquer patrocínio. "Quem iria patrocinar uma loucura dessas?", reconhece ele. Ao todo, Rui e o amigo Darci passaram por 14 países da América do Norte, América Central e do Sul. Visitaram todas as capitais e ainda as cidades mais importantes de cada país. Entre os pontos turísticos que mais chamaram a atenção, Rui destaca o Vulcão Arenal, na Costa Rica, e a Catedral do Sal, na Colômbia. "No México, vimos cobras sendo vendidas na estrada, que servem como comida", diz.

Um dos casos mais pitorescos, lembra, foi o fato de terem conhecido um casal sueco na Costa Rica e, duas semanas depois, terem se reencontrado casualmente no interior do Equador. "A gente ofereceu carona para eles e viajamos juntos durante quase uma semana. Depois, cada qual foi para seu lado. Voltamos a nos reencontrar por acaso no interior do Equador", conta.

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Roteiro

Rui Machado e Darci More partiram de Miami no dia 7 de setembro. Nos EUA, percorreram 14.160 quilômetros, rumo ao México. No México, foram mais 2.608 quilômetros até chegar à América Central. Passaram pela Guatemala, El Salvador, Honduras, Nicarágua, Costa Rica e Panamá, totalizando 3.675 quilômetros na América Central. Do Panamá, a van seguiu de navio até o Equador. Já Rui e Darci viajaram de avião até a Colômbia. De lá, seguiram para o Equador para pegar a van. Na América do Sul, passaram ainda pelo Peru, Bolívia, Chile e Argentina, até chegar ao Brasil.

Para Rui, o melhor da viagem foi a oportunidade de conhecer vários lugares e as facetas de cada um dos países por onde passou. "Quando as pessoas viajam por pacote de turismo, elas só ficam em hotéis cinco estrelas, conhecem o lado bom, os pontos turísticos. No turismo barato, ao contrário, há contato com todas as pessoas, de toda as classes sociais", diz. Nesses 81 dias sobre rodas, Rui conta que ele e o amigo chegaram a pagar apenas US$ 4 para dormir em quartos com ar-condicionado e piscina. Mas também tiveram que passar noites dentro do próprio carro. As discrepâncias, segundo ele, ficaram por conta da temperatura. Os dois chegaram a pegar neve em Colorado (EUA), onde fazia 12 graus negativos até temperatura de 40 graus. Também a comida variava muito de um lugar para outro.

De volta ao Brasil, Rui Machado diz que não deve se lançar em nova aventura tão cedo. "Penso em dar uma parada nas viagens. Mesmo porque ainda nem sei o que fazer profissionalmente". Uma das metas agora, segundo ele, é entrar no Rank Brasil, o Livro dos Recordes Brasileiros, e lançar um livro onde irá relatar o desafio de atravessar 14 países de carro. Também faz parte dos planos de Rui realizar uma mostra fotográfica. Por enquanto, diz, só quer matar saudades do filho Gabriel, 7 anos, que ele não via há dois anos.