Abav-PR levanta bandeira da qualificação

A Associação Brasileira de Agências de Viagens do Paraná (Abav-PR) empossou, no último dia 10, sua nova diretoria para o biênio 2005/2007. À frente da entidade está Antonio Azevedo, que já a presidiu de 1997 a 2001. Administrador de empresas com grande experiência profissional e empresarial nas áreas pública e privada, Azevedo tem ativa participação em entidades classistas e profissionais e fala sobre os planos da nova diretoria.

O presidente da Abav Nacional, João Martins, aproveitou a oportunidade para anunciar que a Abav-PR voltará a integrar a diretoria da Abav Nacional, na qual Antonio Azevedo assumirá como diretor do Iccabav (Instituto de Cursos da Abav). Azevedo passará a coordenar o programa Proagência, orçado em R$ 5 milhões.

P Qual será o principal foco de trabalho de sua gestão?

Antonio Azevedo – A gestão de uma entidade deve estar voltada principalmente para a defesa dos direitos e interesses de seus associados e este será o nosso foco maior. Existem alguns princípios referenciais a serem observados, tais como fortalecimento institucional da classe e da entidade; profissionalismo e ética; ousadia e inovação; transparência e participação; e amplo apoio ao desenvolvimento turístico do Paraná.

P – Quais serão as principais causas pelas quais a Abav-PR irá trabalhar?

R – Respeito e apoio ao turista, razão de ser de nossa atividade; qualidade e qualificação profissional, não só dos agentes de viagens, mas de todos os segmentos envolvidos na cadeia produtiva do turismo; regulamentação da atividade econômica das agências de viagens; relações comerciais e empresariais éticas e respeitosas; conciliação e arbitragem de conflitos de consumo.

P – Com relação à qualificação profissional. Há alguma ação concreta em andamento?

R – Junto com nossa diretoria estamos planejando uma série de ações que visam apoiar a gestão das agências de viagens nos segmentos emissivo, receptivo e de operação. Uma ação já em andamento é o estudo para que Foz do Iguaçu possa sediar um grande encontro anual sul-americano, onde serão debatidas as melhores práticas e experiências de turismo receptivo. Também iremos implantar no Paraná o Proagência (Projeto de Desenvolvimento Setorial em Agenciamento e Operações Turísticas), fruto da união de esforços entre a Abav Nacional e o Sebrae. Com este programa teremos agências mais qualificadas e preparadas para que possamos desenvolver produtos turísticos inovadores, essenciais para atrairmos novos contingentes de turistas para o Paraná.

P – Qual sua análise com relação ao setor turístico?

R – O turismo não pode ser avaliado de forma isolada e sim dentro de um cenário macroeconômico que apresenta resultados animadores do ponto de vista de estabilidade e deixa muito a desejar no que tange a crescimento e desenvolvimento de mercados. Não precisa ser profeta para avaliar que, se forem mantidos os atuais indicadores da economia, deveremos ter uma baixa bem gradual dos juros e isso poderá criar um ambiente de melhoria de consumo, mas sem exageros. Precisamos, sim, é recuperar a capacidade de consumo da população e isso requer uma política de desenvolvimento, apoiada em políticas públicas sustentáveis e mudanças estruturais essenciais, que envolvem queda da absurda carga tributária e reformas corajosas nas áreas sindical, trabalhista, fiscal e política, entre outras. Ou seja, o panorama, a curto prazo, é de uma melhora (sujeita à variação da taxa cambial). A longo prazo, vamos sonhar para o turismo o mesmo que sonhamos para o Brasil: crescimento econômico e social.

P – Como definiria o setor turístico paranaense e no que a Abav-PR poderá continuar contribuindo para seu crescimento?

R – Esta pergunta merece outra entrevista, por si só. Mas de forma bem genérica, temos que partir para novos paradigmas e para novos patamares. Temos muitas pessoas bem intencionadas, mas isso não basta. Como diria o dr. Joseph Chias e o ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, não dá mais para continuar com o manual do ?achismo?. Temos que sair dessa fase e partir para o planejamento estruturado e isso só é possível com aplicação de metodologia e consultoria apropriadas. A partir daí poderemos definir um modelo de gestão adequado e profissional e obter um diagnósticonstitucional e um completo plano turístico integrado para o Paraná. A Abav acredita neste rumo e estará lutando por sua viabilização e apoiando todas as iniciativas que possibilitem este desiderato.

P – A edição 2006 do Salão Profissional de Turismo Abav-PR já está em andamento?

R – Sim, o Salão Profissional de Turismo da Abav-PR nasceu fruto de uma proposta por mim formulada e tinha como objetivo principal evitar a realização de inúmeros eventos redundantes, para os quais, na maioria das vezes, as próprias agências não têm recursos funcionais disponíveis para participar. E hoje, o salão é um evento onde os fornecedores poderão contatar diretamente o maior número de agentes de viagens do Paraná e Santa Catarina, que representa um dos cinco maiores mercados do Brasil. Para 2006 temos data marcada e a venda de estantes já foi aberta. O evento acontece dias 17 e 18 de março no Estação Embratel Convention Center, em Curitiba.

P – Qual mensagem o senhor deixa para os agentes de viagens do Paraná?

R – A união faz a força e a qualidade faz a diferença. Esta é uma mensagem para quem quiser sobreviver e é aí que entra a importância do associativismo. Estamos atravessando um período de enormes mudanças em nossa atividade. O que ontem era a verdade absoluta, hoje já mudou de forma vertiginosa e se não nos adaptarmos seremos expelidos do mercado. Cada um, isoladamente, certamente tem para gerir sua empresa, mas não terá forças e energia suficientes para enfrentar sozinho um ambiente externo tão volátil, em que há uma desproporção de forças conflitantes. Para os agentes, acrescento ainda ação por nichos de atuaçãoem mercados específicos, muita competência e inovação, de modo a fidelizar o cliente por meio da confiança e da qualidade.

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