Voyager 1 capta novos dados

São Paulo (AE) – Depois de uma campanha muito bem-sucedida dentro do sistema solar, a sonda Voyager 1 mostra que ainda tem fôlego para mais. Quatro artigos científicos que estão na revista americana Science (www.sciencemag.org) detalham os dados obtidos pelo aparelho em um ponto além da influência do Sol.

O objeto estudado é, na verdade, uma região: o choque de terminação e a heliosfera. O primeiro é o limite do sistema solar, onde o vento emitido pelo Sol se torna fraco e compete em influência com o vento interestelar, que vem de outras estrelas da galáxia. Esse ponto foi ultrapassado pela Voyager 1 em dezembro do ano passado. A segunda, heliosfera, é uma "bolha" de partículas ionizadas (plasma) formada ao redor do sistema, que acaba assumindo o formato de uma meia à medida que a Via Láctea gira sobre si mesma.

Ainda que um pouco capenga – justamente o detector de plasma quebrou anos atrás -, a Voyager 1 respondeu dúvidas de astrônomos. Uma delas era a posição correta do choque de terminação: 94 unidades astronômicas (UA) do Sol, o equivalente a 14 trilhões de quilômetros, e oscilações de plasma na mesma região, que cessam assim que se chega à heliosfera.

Os cientistas também achavam que um componente do espaço, chamado raios cósmicos anômalos, ganhassem velocidade na região. O que a sonda descobriu não comprova a teoria.

As descobertas podem parecer detalhes para leigos. Porém, para uma ciência que se constrói de dados exatos, a sonda se mostra ainda um dos melhores investimentos feitos em astronomia até hoje, 28 anos depois de seu lançamento. A Voyager 2, sonda-irmã que seguiu outra rota, e que deve chegar à mesma região em poucos meses.

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