A “pílula rosa” para aumentar o desejo sexual feminino, pelo visto, ainda não está próxima de ser comercializada. O remédio apresentado para a FDA (Food and Drug Organization, que controla o uso de remédios nos Estados Unidos), um antidepressivo que aumentaria a libido nas mulheres, foi rejeitado por um grupo de especialistas da organização.
Segundo a própria FDA os efeitos colaterais do Viagra feminino seriam maiores do que seus benefícios. A substância principal do remédio, a flibanerina, que age na serotonina e em outros químicos presentes no cérebro, começou a ser estudada como antidepressivo, mas depois o efeito do aumento do desejo nas mulheres foi descoberto e começou a ser explorado.
Desde o lançamento do Viagra, a pílula azul, que resolveria a disfunção erétil, fabricantes de remédios tentam descobrir a versão feminina – já que o mercado para esse produto está estimado em dois bilhões de dólares.
Inicialmente a própria Pfizer, a fabricante do Viagra, testou o mesmo remédio nas mulheres, esperando que desviando o sangue para os genitais (o efeito que a pílula tem nos homens) as moças também sentiriam mais desejo sexual. Mas isso não deu certo.
Depois de anos de fracassos (em 2004 a Procter & Gamble também havia tentado aprovar um remédio de testosterona para as mulheres, mas havia riscos por seu uso prolongado) a busca pela pílula rosa pode estar desacelerando.
Mas especialistas apontam uma pesquisa que mostra que mais de 10% das mulheres possui alguma disfunção sexual e que tratamentos nesse sentido seriam uma necessidade.
O remédio que foi desaprovado pelos especialistas da FDA, o LibiGel, deve ainda passar por um teste que envolve 3 mil mulheres antes de ser definitivamente reprovado. Médicos acreditam que, mesmo que o uso do remédio seja seguro, dificilmente ele seria efetivo. Segundo eles, a indústria simplifica muito o problema da sexualidade feminina procurando apenas por uma pílula quando outros fatores influenciam no desejo sexual da mulher, como saúde física, qualidade do relacionamento e estilo de vida. Então, basicamente, não seria realista esperar que uma pílula resolvesse esses diferentes problemas em mulheres também diferentes.