Campinas – O jogo é futebol, mas os jogadores são robôs no formato de cubo, de sete centímetros e meio. De resto, tudo o que um campeonato exige, do narrador à torcida. Três times disputaram ontem, no ginásio da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a primeira competição de futebol de robôs da categoria ?very small?, promovida pela faculdade de engenharia e controle de automação da Unicamp. ?É uma competição de exibição?, avaliou um dos organizadores do evento, Lemuel Almeida Cabral. A competição de ontem abriu a programação da sétima edição da Automática 2005, organizada pela Mecatron Projetos e Consultoria Jr, que inclui cursos, palestras e visitas monitoradas a empresas. O evento segue até sexta-feira.
Participaram do campeonato as equipes do Centro Universitário da Fundação Educacional Inaciana (FEI), de São Bernardo do Campo; da Universidade Estadual Paulista (Unesp), de Bauru e do Instituto Mauá de Tecnologia, de São Caetano do Sul.
O início da primeira partida demorou uma hora e meia por causa de problemas técnicos. O computador da equipe da Unesp caiu no chão e peças tiveram de ser substituídas. Cada time tem três robôs jogadores. A FEI venceu o primeiro jogo, iniciado às 14h, com três gols contra o Instituto Mauá, que marcou duas vezes. Na segunda partida, a FEI mantinha a liderança, com quatro gols a zero sobre a Unesp, às 17h40, quando a disputa ainda estava em andamento. Haveria um terceiro jogo entre Mauá e Unesp para definir o vencedor. Cada jogo vale três pontos, e tudo indicava que a FEI sairia vencedora. Embora as partidas durem quinze minutos, sendo cinco de cada lado e outros cinco de intervalo, é preciso reprogramar os robôs entre os jogos, o que demora tempo, explicou Cabral.
Segundo ele, pelo menos 300 pessoas haviam passado pelo ginásio da Unicamp até as 17h40. Os robôs são autônomos e a disputa ocorre sem intervenção humana.
Os jogadores se guiam por câmeras de vídeo colocadas sobre o campo. A imagem da posição dos robôs e da bola, do tamanho da de tênis de mesa, é capturada pela câmera, que envia as informações por cabo para computadores. O comando de ataque e defesa é transmitido via rádio para os robôs.
De acordo com Cabral, o futebol de robôs exige bastante conhecimento de engenharia mecatrônica e inteligência artificial. Sede do evento, a Unicamp ainda não construiu seu time. ?Queremos chamar a atenção dos estudantes para a carreira tecnológica?, disse Cabral. Ele contou que o futebol de robôs surgiu há nove anos na Coréia do Sul e várias competições acontecem no mundo. Este ano, segundo ele, os três times deverão participar do campeonato latino-americano, que ocorrerá em agosto em São Luiz, no Maranhão.