Em toda a indústria de eletrônicos de consumo, as empresas mais competitivas estão renovando seus aparelhos de áudio e vídeo para um futuro centrado em torno da Internet, um mundo onde a televisão, o rádio e o computador (até máquinas de lavar e geladeiras) poderão se comunicar um com o outro através de uma rede doméstica sem fio.
Essa nova forma de interação entre os aparelhos eletrônicos e domésticos serão destaques essa semana, na Internationale Funkausstellung, em Berlim, a maior convenção de eletrônicos de consumo atualmente na Europa, com 1.200 expositores e 200.000 visitantes.
A Sony planeja lançar adaptadores que possibilitem que as televisões Bravia se conectem-se a internet sem fio. Já a Pioneer, Samsung e Sharp apresentarão televisões de tela plana que se conectam a Internet, alguns modelos usando alguns fios, outros sem fio.
A convergência da telecomunicação, eletrônicos e computação está trazendo um novo conjunto de concorrentes. Empresas de telemarketing, que procuram aumentar a sua receita a partir de dados de tráfego, estão a promover ativamente o acesso doméstico à Internet, desde a forma mais simples até a mais sofisticada.
Um modo é através do chamado “gateway”, um pacote que inclui o roteador de Internet, um modem e um software que pode sem fio controlar o os aparelhos de vídeo e áudio entre outros aparelhos da casa. A France Telecom, que fez uma versão desse pacote, o chamado “Livebox gateways”, vendeu seis milhões em 2007, de acordo com Parks Associates, uma empresa de pesquisa de Dallas.
Grande parte das empresas online também viram nas salas de estar um local potencialmente lucrativo para seus serviços, com consumidores voltando para suas televisões ao invés dos computadores para alcançar a Internet. O Google e o Yahoo disseram que vão trabalhar em conjunto para criar um software que facilite a visualização do conteúdo da internet em telas de TV.
Mas o desenvolvimento da rede sem fio doméstica exige uma mudança no pensamento do consumidor.
“Não são os consumidores que estão buscando essa interação entre os aparelhos, são as empresas que estão” , disse Steve Wilson, um analista da ABI Research em Nova York. “As companhias estão forçando isso para tentar construir um novo negíocio, para oferecer novos serviços. É, na verdade, uma maneira de criar a infraestrutura necessária para criar esses serviços”.
A tecnologia que possibilita grande parte dos aparelhos eletrônicos, incluindo utilitários de cozinha a se comunicarem atraves de uma rede sem fio já existe, disse Alon Ironi, o gerente executivo da Siano. O problema, segundo ele, é que a maioria dos aparelhos não possibilitam a comunicação com outros produtos manufaturados por causa da diferença no padrão tecnológico.
Isso embora a maioria dos produtores de eletrônicos de consumo – Samsung, Sony, Philips, Panasonic, Pioneer, Sharp, Toshiba – pertençam ao Digital Living Network Alliance, um consórcio cujos protocolos comuns garantem que os seus dispositivos se comuniam entre si. Em julho, Sony, Samsung, Sharp, Hitachi e Motorola aderiram à sociedade israelense Amimon novas normas em um novo grupo de comunicação sem fio, chamada Wireless High Definition Interface, que está trabalhando para produzir um novo vídeo HD padrão.
“Eu acredito que logo não existirá mais nenhum produto eletrônico de consumo no mercado que não seja conectado à internet”, disse Jochen Eickholt, o gerente executivo da Siemens.
Fonte: New York Times