A Universidade Federal do Paraná (UFPR) inaugurou, na última quarta-feira, em Curitiba, o Centro de Bioequivalência, vinculado ao Departamento de Farmácia. A unidade foi montada com recursos da Funpar e da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti). O centro vai desenvolver pesquisas na área de bioequivalência de medicamentos, o que pode trazer benefícios para a população.
Quando um remédio é patenteado, apenas a sua indústria pode produzi-lo. Quando a patente vence, qualquer laboratório pode produzir o mesmo medicamento, tornando-se genérico. Mas, antes disso, o produto precisa passar por diversos estudos para verificar sua eficácia e segurança. Este é o estudo de bioequivalência, de acordo com o responsável pelo novo centro, o professor Roberto Pontarolo.
Todo o processo pode trazer grandes benefícios. ?Depois da patente vencida, os laboratórios que querem produzir o medicamento não precisam gastar com os estudos pré-clínicos e clínicos. Isto aumenta a concorrência entre as indústrias. Tudo isto resulta em remédios mais baratos e um acesso maior da população?, explica Pontarolo. Além disso, a unidade vai ajudar na formação de profissionais para este tipo de pesquisa. ?A grande contribuição é para a sociedade. Quanto mais centros qualificados como este, mais genéricos no mercado e maior acesso das pessoas?, garante.
O Centro de Bioequivalência é composto por três partes. Uma delas é a clínica. Neste local, voluntários sadios serão internados e passarão pelo tratamento com o medicamento pesquisado. Normalmente, são dois grupos de 12 pessoas. Parte delas toma o remédio com marca e outras o genérico. São coletadas amostras de sangue para verificar a absorção e eliminação do remédio. Estas etapas são feitas das unidades bioanalíticas e de estatísticas. O grupo que tomou o genérico precisa ter o mesmo resultado daquele que ingeriu o medicamento de marca. Somente assim o laboratório pode comercializar o remédio genérico.
O centro conta com equipamentos modernos, como o LC/MS-MS, aparelho analítico com capacidade de detectar concentrações de nanogramas. Toda a estrutura já funciona em caráter experimental, mas ainda aguarda a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que deve ocorrer em julho deste ano.
A inauguração contou com a presença do reitor da UFPR, Carlos Moreira Junior, e da secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Lygia Pupatto.