Karla Weber: para projetos de reflorestamento.

Pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) desenvolveram um dos únicos processos integrados de seqüestro de carbono do País. O conceito foi consagrado pela Conferência de Kyoto, em 1997. Ele tem a finalidade de conter e reverter o acúmulo de carbono na atmosfera, visando à diminuição do efeito estufa.

A preservação de florestas nativas, a implantação de florestas e sistemas agroflorestais e a recuperação de áreas degradadas são algumas ações que contribuem para a redução da concentração desse gás na atmosfera. A nova metodologia permite quantificar, através de métodos estatísticos, desde um átomo de carbono até um espaço de área florestal. Isso é possível através da utilização de tecnologia de satélite.

A pesquisa foi desenvolvida pela técnica em Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto do Departamento de Ciências Florestais, Karla Simone Weber, sob orientação do professor do curso de Engenharia Florestal, Carlos Roberto Sanquetta. O assunto, que parece bastante complexo, poderá ser tornar, em curto prazo, uma grande fonte geradora de recursos para o Brasil. De acordo com Sanquetta, países emissores de carbono – um dos principais causadores do aquecimento global – e que não conseguirem reduzir suas emissões, poderão adquirir créditos de seqüestro de carbono de regiões ou empresas que conseguirem baixar sua emissão de gases poluentes.

Diante disso, afirmam os pesquisadores, o Brasil tem condições de potencializar essa captação, e reverter para benefícios ambientais, econômicos e sociais. A emissão de créditos é um dos pontos estabelecidos no Protocolo de Kyoto. Esse documento foi assinado por diversos países que se comprometeram formalmente em reduzir a emissão de gases para atenuar o efeito estufa em até 5%, abaixo dos níveis de 1990, tendo como objetivo o período 2008-2012. Segundo Sanquetta, os compradores potenciais de créditos deverão ser o Canadá, Estados Unidos, Holanda e Japão, e os maiores fornecedores, o Brasil, China e Índia.

Reflorestamento

A pesquisa da UFPR, diz Karla Weber, traz informações que podem viabilizar projetos de reflorestamento. Ela trabalhou com seis espécies, nativas e exóticas, do Sul do Brasil. Um dos destaques, comentam os pesquisadores, foi a araucária, que tem grande poder de captação, além de apresentar como característica o crescimento rápido, podendo ser uma alternativa para a preservação da espécie. Outro destaque foi a bracatinga, espécie que tem pouca utilização nobre, mas assim como a araucária, possui características importantes no processo de captação de carbono.

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