Transportadoras optam pelo monitoramento

O monitoramento e rastreamento eletrônico de caminhões é utilizado pelas transportadoras paranaenses como forma de manter a segurança e a qualidade do serviço. De acordo com o superintendente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas no Estado do Paraná (Setcepar), Luiz Carlos Podzwato, a grande maioria dos 210 associados está utilizando alguma forma de monitoramento. ?É comum cláusulas de seguro de carga exigirem medidas dessa natureza. Hoje é um fator determinante?, afirma.

Podzwato diz que o uso de rastreamento eletrônico é também uma necessidade de mercado. ?Possibilita que os clientes saibam onde a carga está. Há ganho de qualidade e a operação logística fica mais transparente. Muitos clientes acabam transportando somente com empresas que utilizam essas tecnologias?. O monitoramento, segundo ele, inibe assaltantes, que acabam escolhendo veículos que não tenham esses dispositivos.

Mas o preço da segurança e da qualidade não é barato. Podzwato diz que, dependendo das tecnologias de sensores e periféricos utilizadas, o custo pode variar de R$ 4 mil a R$ 10 mil por veículo. Além do custo de compra de equipamentos, ressalta ele, há também os de manutenção e os de monitoramento por computador.

Cada empresa tem uma oferta variada de dispositivos de monitoramento, que possuem diversas finalidades – sensores nas portas de carga, botões de pânico, sensores de rastreamento, teclados que permitem o envio de mensagens. ?Ao acionar o botão de pânico, a central de comunicação recebe um aviso. O mesmo se dá com os sensores colocados em porta traseira. Se ela abrir, pode ser indício de que estejam roubando o caminhão?, diz. Podzwato explica que os dispositivos de rastreamento modernos permitem que uma rota seja programada e, se houver desvio, o caminhão simplesmente trava.

Entre as tecnologias de comunicação disponíveis para o envio dos sinais desses equipamentos estão as de satélite de alta órbita, de satélite de baixa órbita e de celular. O satélite de alta órbita é o mais usado por ser mais antigo e estar há mais tempo no mercado. Segundo ele, a escolha desses sistemas pode, algumas vezes, depender das exigências das seguradoras, o que varia de acordo com a carga e com a negociação realizada. As informações dos sensores são enviadas para uma central de computador que pode ser controlada pela própria transportadora. Em alguns tipos de contratos, a transportadora pode acessar as informações sobre os veículos de sua frota pela internet.

Há casos, diz o superintendente da Setcepar, em que a transportadora terceiriza o monitoramento da sua frota para gerenciadoras de risco, que acompanham a movimentação dos caminhões 24 horas por dia. Segundo ele, têm produtos – como cigarros e pneus – que há a exigência das seguradoras de carga desse tipo de acompanhamento.

De acordo com Podzwato, as tecnologias de proteção de carga evoluem paralelamente à evolução da informática. ?Os sistemas são modernizados também, porque evolui o conhecimento técnico dos assaltantes?.

Ecovia usa câmeras para vigiar a BR-277

Entre Curitiba e o litoral do Paraná, três pontos da BR-277 vêm sendo monitorados, desde o último 7 de setembro, por câmeras que transmitem imagens via rádio e fazem a gravação digital das informações captadas. Elas estão posicionadas nos quilômetros 67, 78 e 82 e oferecem imagens em tempo real 24h horas por dia, o que permite a concessionária Ecovia fazer um acompanhamento com precisão do trecho de 18 quilômetros da rodovia.

Segundo o gerente de Operações da empresa, Mauro Szwarcgun, os operadores do sistema de monitoramento podem detectar qualquer alteração ou problemas. ?Os pontos escolhidos são locais perigosos, que possuem maior volume de tráfego?.

A decisão sobre os lugares em que seriam instaladas câmeras, de acordo com Szwarcgun, foi tomada também de um ponto de vista de logística. ?Como as imagens são transmitidas via rádio, ficou decidido instalar o primeiro lote de câmeras numa região de planalto?, diz. Para o ano que vem, está prevista a utilização de mais três câmeras.

Os equipamentos transmitem as imagens para o Centro de Controle Operacional da rodovia, que fica localizado junto à praça de pedágio. Szwarcgun dá exemplos de novas situações que as câmeras proporcionaram. ?Por meio delas, localizamos e retiramos um cavalo que caminhava pela beirada da pista. Houve também o caso de um rapaz que circulava entre os veículos, numa atitude que aparentava tentativa de suicídio. Chamamos a polícia, que o retirou da pista e o levou para ser medicado?, conta.

Tráfego

Outros recursos que ajudam a prestar serviços com agilidade é o sistema de pedágio instalado, que permite a contagem de todos os veículos que cruzam a praça, sendo possível transmitir ao usuário, pelo site www.ecovia.com.br, o fluxo horário de tráfego, que é atualizado a cada cinco minutos. ?Estamos programando contadores de veículos para 2006, para saber antecipadamente qual o volume de carros indo para a praça de pedágio e, assim, podermos programar nossas atividades nos horários de pico, e sabermos com antecedência como deverá ser a curva estatística de tráfego?.

Para gerenciar os recursos e eventos que acontecem em rodovias, diz Szwarcgun, as concessionárias vêm utilizando alguns softwares. ?Sem programas que possibilitem o gerenciamento dos recursos, a administração não vai ser eficiente?, afirma. Segundo ele, o software utilizado na administração permite agendar interdições de pista, acionar viaturas e guinchos em situação de emergência, podendo também informar o que está acontecendo nas estradas, registrar relatórios sobre acidentes e fornecer número das principais ocorrências. ?O sistema dá apoio estatístico para a tomada de decisões e eliminar pontos de conflito na rodovia?, explica. (RD)

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