Cientistas russos elaboraram um tomate transgênico que permite obter uma espécie de vacina contra a aids e a hepatite, já testada em cobaias, após pesquisas sobre genética molecular realizadas com fundos americanos. “A idéia de obter vacinas em plantas nasceu há quatro anos, em uma conferência com os três maiores centros de pesquisa siberianos, que decidiram unir seus esforços no campo da genética molecular do vírus”, disse Riurik Saliaev, diretor do Instituto de Fisiologia de Plantas e Bioquímica de Irkutsk. Saliaev disse que “os fundos necessários vieram dos Estados Unidos, com US$ 300 mil do Centro Técnico Científico Internacional”, que mantém os direitos de exploração de eventuais descobrimentos. O diretor do Instituto de Química de Novosibirsk, Valentin Vlasov, assegurou que “a produção de vacinas nas plantas seria muito econômica, porque não há nada que custe menos que a produção de substâncias biologicamente ativas nas plantas”. Após um ano de experimentos, 12 pesquisadores russos obtiveram um gene especial, base da futura vacina, que depois inseriram na planta de tomate, obtendo o gene da enfermidade e a proteína antigênica. ?Os experimentos demonstraram que quando se nutrem três vezes por dia com tomate transgênico, as cobaias utilizadas adquirem a resposta imunológica contra o vírus da hepatite B e, em menor medida, mas igualmente eficaz, também contra o vírus da aids”, disse Serghei Shelnukov, diretor do Departamento de Biologia Molecular do Centro Vektor, de Novosibirsk. Os cientistas esperam agora passar da experimentação em ratos para macacos, passo decisivo para possíveis aplicações no ser humano.
