Uma nova tecnologia para o tratamento do câncer de próstata – que mata cerca de 8,2 mil homens por ano no Brasil – promete diminuir a mortalidade pela doença e o número de cirurgias radicais para retirada do tumor. O novo tratamento, que se encontra em fase de testes no país, utiliza energia acústica ultra-sônica de alta intensidade para destruir o tecido da próstata atingido pelo câncer.
Segundo o médico Marcelo Bendhack, da divisão de Uro-Oncologia do Departamento de Urologia do Hospital Nossa Senhora das Graças, e presidente da Comissão Especial de Métodos Diagnósticos, que testa o procedimento no Brasil, o principal ganho em se adotar a nova técnica é que ela substitui tratamentos mais invasivos, como a radioterapia e a cirurgia.
Apenas em Curitiba, todos os anos, aproximadamente 200 pacientes precisam passar pelo procedimento conhecido como prostatectomia radical, que consiste na retirada cirúrgica de toda a próstata e tecidos linfáticos adjacentes. ?O novo tratamento ainda precisa ser avaliado e aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), mas a expectativa é que já esteja em uso nos hospitais brasileiros no primeiro trimestre de 2007?, diz o especialista.
Ele explica que o tratamento, já em uso em países como Canadá e México, é realizado por uma sonda introduzida no interior do reto, que emite ultra-sons com energia suficiente para destruir o tumor. ?É muito menos radical e sem efeitos colaterais?, conclui.
Mas como em todos os tipos de câncer, o tratamento é mais eficiente quando a doença é diagnosticada prematuramente. ?Por isso é importante a realização periódica de exames de prevenção?, avisa Bendhack. No caso do câncer de próstata, a avaliação é feita através de exames de sangue e do exame de toque. ?Felizmente, no Brasil a resistência a esse teste está diminuindo. É raro encontrar homens que se negam a fazer?, revela o médico. Tanto que a mortalidade por câncer de próstata no Brasil é menor do que na Alemanha, por exemplo, onde a doença vitima cerca de 9 mil pessoas por ano.