Uma nova técnica criada por cientistas da Universidade de Wake Forest, nos Estados Unidos, utiliza tecidos criados em laboratório para substituir o tecido erétil do pênis de coelhos. A novidade traz esperança para a criação de uma técnica que possa restaurar a função erétil em órgãos sexuais humanos que tenham sido prejudicados por machucados ou doenças.

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Os coelhos que receberam o tecido artificial restauraram a função sexual e tiveram filhotes. Anthony Atala, autor do estudo, afirma que a técnica ainda requer estudos mais aprofundados, mas que os resultados são animadores. “Nossa esperança é que pacientes com anormalidades congênitas, câncer peniano, lesões profundas e alguns casos de disfunção erétil se beneficiem com esta tecnologia no futuro”, completa o pesquisador.

A reconstrução do tecido peniano é um desafio porque o tecido tem uma estrutura e funções muito complexas. Diferentes técnicas foram testadas pêra resolver o problema, como próteses de silicone, mas geralmente têm sucesso limitado. A equipe da Universidade de Wake Forest já teve sucesso na construção de tecidos criados em laboratório, tendo desenvolvido bexigas humanas que foram implantadas em pacientes.

Neste estudo, os pesquisadores coletaram células musculares lisas e células endoteliais dos tecidos eréteis dos animais. Estas células foram multiplicadas em laboratório e foram usadas para implantar um sistema tridimensional no pênis dos coelhos.

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Em apenas um mês, tecido erétil e estruturas sanguíneas passaram a se formar normalmente. Os pesquisadores acreditam que o sucesso da técnica se deve ao fato que as células foram injetadas em dois dias separados, permitindo que a estrutura implantada agüentasse até seis vezes mais células musculares lisas que em estudos anteriores. Durante uma ereção, o relaxamento do tecido muscular liso permite o fluxo de sangue para o pênis.

Testes mostraram que a pressão nos vasos sanguíneos do tecido artificial era normal e que o sangue entrava e saída normalmente do pênis dos animais durante e após a ereção. Quando os animais acasalaram, os cientistas encontraram traços de esperma em oito de 12 casos. Quatro das 12 fêmeas analisadas foram fecundadas.

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Segundo Tim Terry, secretário da Associação Britânica de Cirurgiões Urologistas, o estudo é “fascinante”. Ele afirma que cirurgias complexas e altamente invasivas eram geralmente a única opção para pacientes com o tecido erétil danificado, e que o estudo traz esperança para o desenvolvimento de uma alternativa melhor.

Fonte: Tecido do pênis é substituído em laboratório