Supervulcão: como a humanidade sobreviveu

Um ruído estrondoso mostrava que havia algo de errado. Algumas horas depois, as cinzas chegaram, caindo como uma tempestade de neve – que, diga-se de passagem, durou duas semanas. Apesar de estarem a mais de dois mil quilômetros de distância da erupção, indianos sentiram toda a fúria do vulcão Toba.

O Toba é um “supervulcão” localizado em Sumatra, na Indonésia. Ele já entrou em erupção várias vezes mas houve uma vez em que a erupção foi excepcional – cerca de 74 mil anos atrás. A explosão liberou algo como 2500 metros cúbicos de magma. Foi 7 mil vezes mais forte que a explosão do Santa Helena, nos EUA, em 1980 e bateu o recorde de maior erupção vulcânica em 2 milhões de anos.

Mas se tudo isso aconteceu há 74 mil anos por que entrar no assunto agora? É que o desastre aconteceu em um momento crucial da pré-história, quando Neandertais andavam para cima e para baixo da Ásia e da África. O mistério é que os cientistas não sabem ao certo como essa explosão poderia ter afetado nossos ancestrais.

Agora descobertas arqueológicas incríveis na região da Índia estão esclarecendo como a erupção do Toba acabou moldando a migração e até a evolução de seus “avôs”. Especula-se que alguns resultados possam até mudar o que os arqueólogos pensavam ser a rota que os humanos usaram para sair da África.

As novas descobertas mostram que a explosão foi diferente do que os especialistas achavam. Os modelos sugeriam que a terra teria sido resfriada em até 10 graus Celsius por causa de gases que “fecharam o céu”. Ainda pior, os vegetais não teriam acesso à luz e os gases acabariam com boa parte do vapor na atmosfera, fazendo com que o cenário fosse bem seco.

Isso tudo resultaria em um declínio da vida -tanto gramíneas quanto mamíferos que se alimentam delas estariam em extinção.
Então os humanos que sobreviveram precisaram se adaptar rapidamente às mudanças, sobrevivendo em grupo e viajando para lugares em melhores condições. O evento realmente modificou a evolução – a humanidade se espalhou para diferentes regiões e se dividiu nas raças que conhecemos hoje, com o tempo.

Mesmo assim, muitas evidências arqueológicas ainda precisam ser encontradas para que a teoria seja comprovada. As escavações na Índia irão continuar e os arqueólogos continuam procurando evidências.

Fonte: Supervulcão: como a humanidade sobreviveu.