Rio de Janeiro – Um programa de computador que permite a interatividade na TV digital ? chamado Ginga ? foi apresentado nesta terça-feira (3) pela Universidade Federal da Paraíba e pelo Departamento de Informática da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). Ele será o software padrão do Sistema Brasileiro de TV Digital.

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O Ginga ?é uma camada de software que se coloca na televisão para receber aplicativos ou conteúdos digitais interativos, que vão permitir uma nova forma de ver televisão, não [mais] passiva, onde o telespectador pode interagir em cima do conteúdo apresentado?, definiu Luiz Fernando Soares, professor titular do departamento de Informática da PUC-RJ.

O pesquisador Marcelo Moreno, do Laboratório de Telemídia da PUC-RJ, avaliou que em um primeiro momento o Ginga deverá ser usado mais nos aparelhos de conversão do sistema de televisão analógica para digital ?do que para ser embutido diretamente nos aparelhos de TV?. O prazo de migração da TV analógica para a Digital é de dez anos. A primeira transmissão pelo Sistema Brasileiro de TV Digital será feita em dezembro deste ano, em São Paulo, conforme foi estabelecido pelo governo federal.

Os fabricantes de TV ou dos aparelhos conversores do sinal analógico para o digital poderão obter a licença para uso do Ginga a partir de hoje. Uma das empresas que funciona como elo de ligação entre a universidade e a indústria fabricante de televisões na comercialização da licença do Ginga é a Dynavideo, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

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O diretor executivo da companhia nascente, Luiz Eduardo Cunha Leite, informou que a parceria foi estabelecida no momento em que ?a Dynavideo percebeu que a pesquisa no Brasil acabava no artigo científico. A empresa surgiu para suprir a necessidade de dar seguimento aos protótipos feitos durante a universidade, continuando o ciclo de desenvolvimento do produto?.

Cunha Leite disse que além de passar o protótipo para um produto, a companhia remunera a universidade e o pesquisador que fez aquele produto. Atuando no mercado de TV Digital já há quatro anos, a empresa da UFPB incentiva também a geração de patentes.

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Segundo Luis Fernando Soares, o Ginga poderá oferecer vários serviços: saúde, cidadania, correio eletrônico, governança e educação, entre outros. ?O usuário interage com a TV digital, como se ele tivesse um programa individual que ele mesmo ajuda a criar?, explicou.

Soares disse que o programa vai se tornar barato quando se pensa na quantidade de usuários que ele vai ter. Atualmente, cerca de 50 milhões de lares possuem aparelhos de televisão no Brasil. ?Você vê que a escala do produto é muito grande. Com isso, o preço fica barato. A gente estima em torno de R$ 8 a licença para o fabricante ter o Ginga?, avaliou.