Cientistas do Instituto de Ótica Quântica Max Planck, na Alemanha, acreditam poder criar um ser vivo quântico em laboratório. A teoria quântica acredita que um objeto pode realizar mais de uma tarefa em um mesmo instante, mas acredita-se que este fenômeno só é possível em seres microscópicos, como moléculas. A dificuldade se encontra no fato de que moléculas de ar e fótons ficam em movimento constante em seres maiores.
Apesar desta dificuldade, Oriol Romero-Isart, do Instituto, afirma que sua equipe está estudando para criar um ser quântico a partir do vírus da gripe, que exibe algumas propriedades úteis para este experimento, como a possibilidade de sobreviver no vácuo.
A experiência será realizada utilizando dois feixes de laser, que se cruzarão para manter o vírus no local. Os fótons do laser podem então ser utilizados para absorver a energia do vírus, até que ele fique em seu estado de energia mais lento. Neste estado, o vírus está pronto para entrar na superposição quântica – a capacidade de ter mais de um estado em um mesmo momento.
Peter Knight, da Faculdade Imperial de Londres, na Inglaterra, acredita que a experiência pode ser bem sucedida e elogia e iniciativa “O experimento é ótimo, inventivo e acredito que possa ser realizado”, diz.
Romero-Isart também acredita que o experimento possa ser realizado com tardígrados, seres de menos de um milímetro que podem sobreviver a baixas temperaturas e no vácuo. A experiência com um ser vivo com a superposição quântica, entretanto, faz mais do que testar uma teoria, mas também pode responder a questões fundamentais sobre a natureza da teoria quântica.