Saúde pode ser afetada ao voar

O estudo feito com 84 passageiros de avião na Grã-Bretanha, publicado na edição de maio da revista Anaesthesia, reafirma um problema que os médicos já desconfiavam. Por causa da quantidade reduzida de oxigênio dentro das aeronaves durante os vôos, algumas pessoas podem desenvolver problemas de saúde tanto durante quanto após a viagem.

A pesquisa revela que 54% das pessoas analisadas tiveram uma queda dos níveis de oxigênio no sangue maiores que a média. Enquanto em terra as medidas mostraram uma saturação de 97%, durante o vôo ela caiu para 93%. Segundo os autores do artigo, dentro de um hospital, por exemplo, quando a saturação do gás vital para o ser humano chega próximo aos 90%, muitos anestesistas decidem por prescrever ao paciente doses extras de oxigênio.

?Nós acreditamos que essa queda nos níveis de oxigênio, em conjunto com outros fatores como desidratação, imobilidade e baixa umidade, podem contribuir para o surgimento de doenças?, disse Susan Humphreys, principal autora do estudo, em comunicado da Blackwell, editora científica européia.

Os efeitos dos vôos sobre a saúde humana precisam ser melhor investigados, acreditam os autores da pesquisa. ?Esse começa a ser um grande problema, surgido nos últimos anos, quando as modernas aeronaves estão cada vez mais aptas a atingir altitudes maiores.?

O estudo também revelou que o tempo da viagem não tem muita importância para a queda da saturação do oxigênio. Entre os passageiros estudados, que tinham idades entre 1 e 78 anos, 55 viajaram em único vôo por mais de duas horas. Os outros 29 fizeram trajetos curtos. Nos dois grupos, os resultados obtidos foram os mesmos. 

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