O satélite Chino-Brasileiro de Recursos Terrestres 2 (CBERS-2) foi lançado com sucesso na madrugada da última terça-feira, da base chinesa de Taiyuan. O equipamento de sensoriamento remoto, desenvolvido pelo Brasil em parceria com a China, seguiu no foguete Longa Marcha 4B à 1h16 (hora de Brasília) e, segundo informações da Agência Espacial Brasileira (AEB), passou pela primeira vez sob o alcance de antenas brasileiras, localizadas em Alcântara (MA), às 9h49.
O lançamento foi comemorado tanto no Centro de Controle de Satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos (SP), quanto no Centro de Lançamento de Satélites de Taiyuan, consolidando, de acordo com a AEB, uma das mais bem sucedidas parcerias no setor espacial já realizada pelos dois países. “Ficamos orgulhosos de estarmos associados à China, que vem demonstrando grande competência em tecnologia espacial”, disse o presidente da agência, Luiz Bevilacqua.
A vida útil do CBERS-2 está prevista para dois anos. O satélite ficará sob testes nos próximos oitenta dias, sendo controlado e monitorado por técnicos brasileiros e chineses. Antes de seguir para a China, o equipamento foi montado, integrado e testado pelo Inpe, permitindo aos técnicos brasileiros a aquisição de conhecimentos e informações a respeito de satélites de grande porte.
Em órbita a cerca de 800 quilômetros da Terra, o CBERS-2, dotado de três câmeras, registrará imagens e coletará dados ambientais, que deverão oferecer subsídios para a realização de estudos ligados às mais diversas áreas, como agricultura, realização de mapas geológicos, obtenção de dados oceanográficos, planejamento urbano e controle do desflorestamento da Amazônia.
Em julho de 1988, Brasil e China firmaram protocolo de cooperação para o desenvolvimento de dois satélites de sensoriamento remoto, denominados CBERS (China Brazil Earth Resource Satelites, na sigla em inglês). O primeiro deles foi lançado no dia 14 de outubro de 1999, também da base de Taiyuan, tendo produzido mais de 600 mil imagens da superfície da Terra.
O governo brasileiro assegurou a continuidade da parceria com a China por meio da assinatura, em 2002, de um protocolo para a construção dos CBERS-3 e 4. Nessa nova fase, o País responderá por 50% das atividades relacionadas à co- operação, que nos CBERS 1 e 2 restringiam-se a 30%. (Agência Fapesp)