Cientistas descobriram que as rochas do Ártico podem preservar os primeiros vestígios da Terra. Ao longo de bilhões de anos, muito do material que compõe a Terra primitiva foi modificado por processos como a fusão e mixagem.
Mas as pedras do Ártico parecem conter assinaturas químicas que datam de pouco depois da origem violenta do planeta. Se confirmada, a descoberta desafia as teorias estabelecidas sobre a formação da Terra.
As assinaturas encontradas nas lavas do Ártico têm mais de 4.45 bilhões de anos de idade. Em comparação, a Terra tem 4.54 bilhões de anos, apenas ligeiramente mais velha.
A equipe da descoberta coletou amostras de lava da Groenlândia e da Ilha de Baffin, no Ártico canadense. Embora tenham eclodido a apenas 60 milhões de anos atrás, as lavas contem uma assinatura química de uma fonte muito mais antiga. Eles mostram que sob o Ártico hoje estão pequenos pedaços de manto que sobreviveram inalterados desde pouco após a formação da Terra. A idade desse manto foi determinada através do estudo do gás hélio bloqueado nas lavas.
Entretanto, especialistas observam que, embora as conclusões sejam interessantes, elas não foram além de qualquer dúvida. A maneira mais convincente para comprovar a grande antiguidade do material teria sido demonstrando uma assinatura nuclide anômala extinta.
Nuclídeos extintos são produtos químicos que foram formados em estrelas antes da formação do Sistema Solar. Eles posteriormente decaíram para nada, mas os vestígios que deixaram para trás são bons marcadores da Terra primitiva.
A fonte do manto antigo descoberto tem uma química diferente do que a prevista pela teoria da formação do planeta. Ela sugere que a Terra tinha uma história antiga mais complicada do que se pensava.
Fonte: Rochas do Ártico podem conter os primeiros vestígios do planeta