Robôs de todas as formas e tamanhos chamaram a atenção dos visitantes que passaram pela Robotecfair 2009, considerada a maior feira de tecnologia da América do Sul, que termina hoje, em Curitiba.
Uma menina humanoide, um carro que vira robô, animais de estimação robóticos, arena para duelos e até mesmo um jardim interativo movido à robótica foram as atrações que mais cativaram os entusiastas da tecnologia.
O evento conta com estandes de 30 empresas como o Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec), Companhia Paranaense de Energia (Copel), a alemã Kuka Roboter, a dinamarquesa Lego, entre outras.
No entanto, além da enxurrada de tecnologia, a Robotecfair possibilitou e incentivou o conhecimento e desenvolvimento de novas tecnologias através de cursos e oficinas voltadas para crianças e adultos, experientes ou não na área da robótica.
De acordo com a superintendente da Robotecfair, Mahoto Kasuya, o evento pôde incentivar os estudantes a seguir a área de engenharia e, consequentemente, a evolução da cultura tecnológica nacional.
“A feira estimula a pesquisa e o desenvolvimento de novos produtos. Isso porque promove o intercâmbio entre universidades e mercado, ampliando assim, os conhecimentos como um todo. Além disso, Curitiba tem tudo a ver com tecnologia, nada mais justo do que trazer para a capital todas essas novidades”, diz.
O incentivo ao acesso à robótica também foi apontado pelo pesquisador do Grupo de Automação e Sistemas Integráveis (Gasi), da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Alexandre da Silva Simões, responsável pela organização da feira.
“A robótica é uma das áreas com maior tendência de crescimento em todo o mundo. Por isso, queremos divulgar a robótica para o público, com o objetivo de incentivá-los para esse assunto, bem como para a criação de novas tecnologias”, diz.
Dentre os estandes da feira estava o Jardim Robótico, projeto assinado por Simões que conta com versões robóticas de itens comuns ao espaço, como flores, árvores e insetos.
“Todos respondem a estímulos dos visitantes. Quando alguém se aproxima, por exemplo, o girassol se movimenta e muda de cor. O jardim é como uma arte tecnológica, que brinca e interage com o público”, explica. É uma obra inédita, produzida exclusivamente para a Robotecfair 2009.
Humanóides
O actroide, que está pela primeira vez no Brasil, representa um investimento de US$ 20 milhões. O humanoide responde a perguntas e interage com o público. |
Actroide, Afuro, Tokotokomaru e NAO foram os robôs vindos do outro lado do mundo para a feira. Produzidos pelas empresas japonesas Kokoro Ltda, Yusuke Sugawara, Azusa Amino e pela francesa Aldebaran Robotics, respectivamente, foram responsáveis por fascinar e garantir a atenção dos visitantes da feira.
“Actroide chega pela primeira vez ao Brasil. Trata-se de um humanóide de US$ 20 milhões, que responde a perguntas e interage com o público. Foi duro trazê-lo para a feira, mas conseguimos”, brinca Simões.
Afuro é um robô no estilo afro, que canta, dança e solta bolinhas de sabão. Tokotokomaru, por sua vez, dança e entretém o público com suas performances com o leque japonês. O humanoide francês funciona através de conexão Wi-Fi, tem reconhecimento de voz, câmera de vídeo e é capaz de manipular objetos em suas mãos.
Ainda é tempo de conferir as tecnologias da feira, que termina hoje, às 22h, no pavilhão de exposições do Parque Barigui. Informações pelo site www.robotecfair.com.br.
Tecnologia para uso profissional reduz riscos aos hu,manos
Os animais, de estimação e outros, agradam o público infantil. |
Além das atrações divertidas, a Robotecfair apresenta a robótica de maneira profissional, cujas tecnologias são aplicadas para prestação de serviços que podem reduzir riscos aos humanos.
Exemplo disso é o Roboturb, produzido a partir de uma parceria entre o Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Companhia Paranaense de Energia (Copel) e Furnas Centrais Elétricas S.A.
Segundo o gerente de mecânica do Lactec, Luiz Alberto Procopiak, o Roboturb é um equipamento automatizado, utilizado para a recuperação das pás de turbinas hidráulicas.
O robô realiza operações de preparação de superfície, soldagem e acabamento, o que agrega mais qualidade ao serviço se comparado com o serviço humano. “Para se fazer a manutenção é preciso parar o funcionamento das turbinas.
Tokotokomaru dança e entretém o público com suas performances com o leque japonês. |
Por isso, o Robotur proporciona uma redução nos prazos de execução do reparo, bem como a diminuição dos custos operacionais”, diz. Além de baratear o processo de reparo, o Roboturb evita que o soldador trabalhe em locais insalubres, onde esse tipo de intervenção acontece.
“O Roboturb trabalha em um espaço confinado. Por isso proporciona menos ricos à saúde do trabalhador, pois esse reparo é um procedimento agressivo, com muita fumaça e luz”, explica.
Com relação à produção e aplicação dessas tecnologias no Estado, Procopiak afirma que, no Paraná, o desenvolvimento industrial está ganhando destaque. “O Roboturb, por exemplo, é muito importante. Foi um projeto exemplar e pioneiro para o Estado e para o Brasil. Isso nos abre portas para criação de novos projetos que podem, inclusive, destacar o País e o Estado lá fora”, avalia. (LC)
Competições incentivam o aprendizado
Em meio às atrações da Robotecfair 2009, a disputa entre seis robôs chamou a atenção dos visitantes.
Trata-se de uma partida de hockey, feita por robôs controlados por rádio. A partida era uma pequena amostra da RoboCore, uma espécie de olimpíada onde os jogadores são apenas robôs.
Atualmente, a RoboCore conta com atividades que compreendem desde o hockey, passando pelo sumô até chegar aos extremos combates, onde a ordem é destruir o oponente.
Segundo a engenheira eletricista e integrante da RoboCore, Thacia Frank, a organização tem como objetivo desenvolver a robótica e incentivar o aprendizado de uma maneira criativa e divertida.
“A RoboCore é uma organização responsável por promover competições robóticas em todo o Brasil. Atualmente, temos centenas de equipes que inscrevem seus projetos em nossas competições, que vão desde universitários até equipes particulares. Esse clima de competição faz com que os projetos, muitas vezes resultantes de atividades profissionais, cheguem cada vez mais elaborados à arena”, conta.
Os robôs que disputam podem se encaixar em três categorias, duas delas presentes na feira, como o hockey e sumô. “No hockey os times são compostos por três robôs (de 5,5 quilos), controlados por rádio, que devem marcar o maior número de gols em seu adversário. Já no sumô, assim como no esporte tradicional, os competidores devem tentar expulsar o adversário do círculo onde lutam”, explica.
Já o combate, categoria peso pesado do RoboCore, consiste em robôs de até 55 quilos, que são submetidos às condi&cced,il;ões extremas. “Nesse caso a competição é mais violenta, tanto que não trouxemos à feira por causa da falta do vidro blindado, essencial para os expectadores assistirem sem serem atingidos pelas peças”, explica Frank. Informações pelo site www.robocore.net. (LC)