A população mais rica do Brasil tem 10 vezes mais acesso à Internet que os mais pobres, segundo um estudo preparado pela Rede de Informações Tecnológicas Latino-Americana (Ritla). Em Alagoas, o acesso é 5,4 vezes menor do que no Distrito Federal. Nas escolas públicas, a metade dos alunos com renda maior usa a rede de computador, 170% mais que a metade mais pobre.
O estudo compara o acesso a computadores e Internet dos 10% mais ricos da população brasileira com o dos 40% mais pobres. Nos centros gratuitos de acesso existentes hoje no País – pontos digitais criados pelo governo federal, bibliotecas e outros – pouco mais de 2% da população usa esses locais. E é justamente entre os mais ricos que o uso é mais comum: cinco vezes mais do que a população com menor renda.
Nas escolas, a diferença é ainda maior: os estudantes mais ricos usam computadores nas salas de aula sete vezes mais que os mais pobres. Essa conta, no entanto, inclui alunos de escolas particulares. Por isso, o autor do estudo, Julio Jacobo Waiselfizs, fez um outro cruzamento: retirou as escolas particulares e, porque a diferença de renda nas públicas é menor dividiu os estudantes apenas entre os 50% com maior renda e os 50% com renda mais baixa. As diferenças se mantêm: a metade mais rica usa a internet 2,7 vezes mais que a mais pobre.