A gerente de projetos especiais da Sanepar, Leura Conte de Oliveira, aposta em técnicas de ?reuso indireto? de água, como estratégia de conservação dos mananciais de abastecimento próximos à Curitiba e Região Metropolitana. Segundo ela, atualmente a região tem sorte de poder captar água de locais próximos, mas a qualidade dos mananciais vem se deteriorando. ?O custo mais caro da água é o transporte e não o tratamento. Quanto mais longe for preciso ir buscá-la, mais caro será. É o assunto do futuro. Se há algo em saneamento que vai ser top de linha é o reuso?, afirma.
O ?reuso indireto? consiste em fazer o tratamento de água de esgotos industriais, a fim de que possa retornar para utilização na cadeia produtiva. ?Assim, uma empresa pode comprar água potável para uso de seus funcionários e utilizar água de ?reuso?, num preço mais acessível, em seus processos industriais?, diz Leura.
Embora seja mais caro, o processo de tratamento de água de ?reuso indireto?, o grande volume torna a atividade viável, além de diminuir a utilização de água potável em processos nos quais ela seria desnecessária. Em 2001, a Sanepar firmou um contrato de vinte anos com três grandes empresas de Araucária – Companhia Siderúrgica Nacional, Ultrafértil e UEG Araucária – e montou uma estação de tratamento, passando a fornecer água de ?reuso indireto?. Leura lembra que além do volume ser muito grande, não há a necessidade de se prestar serviços que encarecem o produto, como fatura mensal e leitura de consumo.
Atualmente, diz Leura, a Cidade Industrial de Curitiba é abastecida com água potável. ?Mas é um pólo onde há a possibilidade de abastecer com água de reuso indireto?, afirma.