Uma iniciativa de professores da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) está tornando mais ?suave? o aprendizado de programação dos alunos do curso de Ciência da Computação. Além da apresentação do trabalho dos alunos, em sua segunda edição, a Mostra de Jogos Eletrônicos contou também com palestras de membros da indústria de entretenimento digital.
Organizado pelos professores Cláudio Carvilhe, Paulo Radtke e Luiz Pavão, o evento contou com projetos para plataformas de estação de trabalho (PC, desenvolvidos em linguagem C) e celulares (desenvolvidos com a programação Java). ?Um dos nossos objetivos é ensinar os alunos do primeiro ano a programar de maneira eficiente e também, por que não, divertida. Os estudantes abraçaram a idéia de tal maneira que tivemos uma adesão muito boa, superando a da primeira edição?, afirmou Radtke.
Para ele, a presença de algumas pessoas da indústria de jogos também serviu como estímulo aos estudantes. ?O mercado de games de pequeno porte, como para celulares, também faz a demanda por profissionais crescer?, contou. Segundo ele, esses jogos exigem investimentos menores e podem trazer um bom retorno ao investidor. ?Um jogo desenvolvido localmente tem o orçamento modesto, de 50 mil dólares. Já os desenvolvidos pelas gigantes do setor tem orçamentos comparáveis a filmes, em torno de 10 a 15 milhões de dólares?, disse.
Outro segmento que cresce, de acordo com o professor, é o de advergames, expressão que pode ser traduzida como ?jogos embutidos de propaganda?. ?Pra se ter uma idéia, o jogo mais vendido no País hoje é um que acompanha um sanduíche vendido em redes de fast food e reforça os conceitos da marca?, explicou.
O aluno Gabriel Dallagrama aproveitou a oportunidade para aprender uma linguagem de programação que ainda não conhecia. Seu jogo, desenvolvido em Java para celular, consiste em um helicóptero que tem de desviar alguns obstáculos. ?A mecânica é bem simples até porque a plataforma tem limitações. Mas o desenvolvimento foi importante pra aprender, colocar a teoria na prática, até porque conhecimento não cai do céu. Quem não gosta de aprender se divertindo com os jogos??, explicou.
Para a estudante Viviane Algarte o aspecto lúdico da experiência veio em boa hora. ?O primeiro ano é muito difícil porque as matérias são muito teóricas, muita gente acaba cansando. A iniciativa da mostra é muito boa até porque dá esse estímulo de ver o resultado do que se programa, evitando até as desistências?, disse.
A opinião é compartilhada pelo professor Paulo Radtke. ?Para nós, a mostra não é um fim, mas sim um meio de facilitar o aprendizado?, concluiu.