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Unidade de extração
de óleo inaugurada ontem.

 A árvore sassafrás (Ocotea odorifera) é uma espécie em extinção no Brasil. Dela pode ser extraído um óleo de grande importância nas indústrias química, alimentícia e farmacêutica. A sassafrás foi bastante explorada no País até a década de setenta, quando seu óleo era exportado para a Europa. Hoje, a árvore é considerada rara e o Brasil precisa importar o óleo, principalmente do Vietnã. Com o objetivo de promover a recuperação da sassafrás e fazer com que a extração de seu óleo volte a ser de grande importância para a economia brasileira, a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) inaugurou ontem uma unidade piloto de extração e destilação de óleos essenciais extraídos de galhos e folhas da espécie sassafrás.

A unidade – que levou três anos e meio para ser construída – está localizada na Fazenda Experimental Gralha Azul, em Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba. “A unidade teve um investimento aproximado de R$ 1 milhão. Ela foi construída em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, através do Pronabio (Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Brasileira). É um subprojeto inovador dentro de uma universidade brasileira”, declarou o professor do curso de Engenharia Química da PUCPR, Nei Hansen de Almeida.

Dentro da Fazenda Gralha Azul existem cerca de seis mil árvores sassafrás. Em breve serão produzidas mudas para serem distribuídas a agricultores de comunidades vizinhas. Segundo Nei, a árvore chega, em trinta anos, a vinte metros de altura, mas seus galhos podem ser podados depois de três anos do plantio. “Na unidade piloto não iremos cortar a sassafrás, mas sim fazer a poda de suas folhas e galhos, retirando deles o óleo necessário”, explicou.

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O óleo de sassafrás tem cerca de dez componentes, mas o mais importante deles é o safrol, muito utilizado como fixador de perfumes e na composição de pesticidas e inseticidas. Na unidade da PUCPR, os galhos da árvore, após podados, serão triturados e levados a uma coluna extratora. Nela, será injetado vapor d?água, quando o óleo será arrastado e condensado. Na seqüência, será feita a separação do óleo e da água em um decantador. Por último, o safrol adquirido passará por um processo de purificação em coluna de destilação.

“Em um período de oito horas, a unidade terá capacidade de produzir quarenta litros de óleo. Parte dele será utilizado para pesquisas de desenvolvimento de novos produtos. O excesso será vendido para firmas especializadas”, informou Nei. A unidade será utilizada principalmente por estudantes de Engenharia Química, Engenharia Mecânica e Automação. Nela, também serão extraídos óleos de camomila, capim-limão e eucalipto.

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