Foi-se o tempo em que a vida rural era sinônimo de isolamento e de dificuldade de acessos às tecnologias.
Por meio do de ações integradas do programa Luz Para Todos, resultado de uma parceria entre a Eletrosul, Banco do Brasil, Ministério das Comunicações, Copel e da Companhia de Informática do Paraná (Celepar), estão sendo instalados em comunidades rurais, assentamentos, aldeias indígenas e quilombolas, telecentros rurais para garantir acesso aos computadores e à internet para essas pessoas. Em todo o Paraná, já são 39 espaços.
O objetivo do programa é garantir a inclusão digital, conforme explica o coordenador do projeto no Paraná, Gilnei Machado. “Esse programa quer dar oportunidade a essas pessoas de se inserir digitalmente. Muitas delas nunca tiveram contato com um computador. Além disso, como tudo está conectado com a internet, esses centros vão facilitar o acesso à informação para esses cidadãos.”
Machado acredita ainda que esses telecentros vão dar a oportunidade para que os jovens finquem raízes no campo. “É muito comum que os jovens no campo busquem grandes centros para tentar uma vida melhor. Com esse programa, eles vão ter acesso a muito conhecimento sem precisar sair de sua terra. Eles poderão, por exemplo, realizar cursos à distância, que certamente serão úteis na sua vida, sem ter que arriscar a sorte longe de casa”, atesta.
O coordenador informa que os telecentros são formados por oito computadores, sendo um deles o servidor de rede, e uma impressora. Todos estão conectados na internet e a conexão é feita por antenas do programa Governo Eletrônico Serviço de Assistência ao Cidadão (Gesac).
“As pessoas terão acesso à rede mundial de computadores 24h por dia, sete dias da semana. Além disso, essas antenas permitem o uso de telefonia por meio do programa VoIP, para a plataforma Linux”, conta.
Machado diz ainda que a Eletrosul fornece o servidor, a impressora e toda a rede. Os computadores são oferecidos pelo Banco do Brasil, e os governos federal e estadual fazem a instalação do espaço e da energia elétrica. O custo para implantar o telecentro é em torno de R$ 10 mil. “Mas esse valor é só do telecentro. Não está incluso o valor da instalação da energia elétrica”, alerta.
O perfil dos locais que recebem esses telecentros apresenta baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Uma das localidades beneficiadas com o programa, Honório Serpa, no sudoeste do Paraná, apresenta um dos mais baixos IDH do Estado, ocupando a 304.ª colocação entre os 399 municípios.
“Nós estudamos onde esses telecentros serão implantados. Por exemplo, não é muito interessante colocar em um lugar com pouca concentração de pessoas. No caso do assentamento Vitória da União, em Honório Serpa, estão sendo beneficiadas mais de 100 famílias, o que tornou viável a implantação desse espaço”, encerra Machado.
Iniciativa é aprovada
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| Unidade no assentamento Etiene, em Bituruna, município do sul do Estado. |
Os moradores do assentamento Vitória da União, em Honório Serpa, comemoram a instalação do telecentro para comunidade. Desde o último dia 6, eles já têm acesso aos computadores e aguardam a complementação para instalar a internet, o que deve ocorrer em breve.
O líder comunitário Miguel Rodrigues da Silva aprovou a iniciativa. Para ele, que nunca teve contato com o mundo cibernético, os telecentros podem ser uma garantia de um futuro melhor para a comunidade. “As pessoas estão bem interessadas pelos computadores e já estão aprendendo a lidar com eles.
Eu mesmo tenho interesse e só não o fiz por falta de tempo”, afirma. Para Rodrigues da Silva, os computadores e a internet vão auxiliar bastante a comunidade. “O pessoal está contente e apostando basta,nte nesses telecentros. Não vamos ficar tão isolados a ponto de não saber o que se passa no Brasil e no mundo”, avalia.
Em Quedas do Iguaçu, região centro-sul do Estado, o telecentro no assentamento Celso Furtado está em vias de ser inaugurado. O líder do assentamento, Claudemir Torrente Lima, acredita que o programa está vindo em boa hora para a população. “Tudo que é informação está na internet.
Não dá para viver sem ela, pois do contrário a pessoa ou a comunidade fica isolada de tudo. Por isso estamos recebendo de braços abertos esse telecentro”, relata.
Lima afirma que com a internet a comunidade só tem a ganhar. “Teremos acesso a previsão do tempo, cotação das lavouras aqui produzidas, como está a bolsa de valores, entre outros. No caso do tempo, por exemplo, saberemos se o dia estará propício para plantar ou não. Isso pode significar o sucesso ou fracasso de uma plantação”, garante. Em Bituruna, município do sul do Estado, também já foi inaugurado um telecentro. Os moradores do assentamento Etiene agora estão conectados com a internet.
