São Paulo – O Einstein@Home, um grande projeto de computação distribuída que conta com voluntários de cerca de 200 países, acaba de descobrir um pulsar raro e isolado com um campo magnético muito pequeno. A descoberta foi publicada na última semana na edição online da revista Science.
Pulsares são estrelas de nêutrons muito densas que emitem pulsos de radiação eletromagnética. Denominado PSR J2007+2722, o pulsar emite ondas de rádio de 40,8 hertz e foi identificado a partir de dados obtidos pelo Observatório Arecibo, em Porto Rico.
A análise feita por pesquisadores ligados ao Eintein@Home indica que se trata de um tipo de estrela cujos pulsos são extremamente longos. Segundo os autores do artigo, o campo magnético e o eixo de rotação do pulsar estão alinhados e muito próximos.
O novo pulsar dá 41 voltas em torno dele mesmo a cada segundo. Está localizado na Via Láctea, a 17 anos-luz da Terra, na constelação Vulpecula (Raposa). Diferentemente de outros pulsares, o PSR J2007+2722 está sozinho, sem a companhia de outra estrela próxima.
Segundo os autores do estudo, o motivo é que o pulsar pode ser do tipo “reciclado”, tendo perdido sua companhia. Ou, então, trata-se de uma estrela de nêutrons jovem e que se formou com um campo magnético menor do que o normal.
O Einstein@Home, lançado em 2005, está sediado na Universidade de Wisconsin em Milwaukee e roda a plataforma Berkeley Open Infrastructure for Network Computing (Boinc). A maior vantagem do sistema é contar com um potencial computacional imenso, de mais de 500 mil computadores espalhados pelo mundo.
Os voluntários instalam em seus micros um programa do Einstein@Home, que entra em operação quando as máquinas não estão sendo utilizadas por seus donos.
Ou seja, o sistema emprega o tempo em que os computadores estão ligados e ociosos para formar uma grande rede e processar a grande massa de dados colhida por radiotelescópios.
Os voluntários creditados com a descoberta são Daniel Gebhardt, da Universidade Mainz, na Alemanha, e o casal Chris and Helen Colvin, de Ames, nos Estados Unidos, que identificaram o novo pulsar a partir de dados processados pelo Einstein@Home.
