Não são raros os professores que, por vezes, encaram a tecnologia como um bicho-de-sete cabeças e, por isso, acabam relutando em se aprofundar nos conhecimentos técnicos necessários para dominar computadores e outras máquinas. Mas para Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida, professora do Programa de Pós-Graduação em Educação e do Departamento de Ciência da Computação da Pontifícia Univesidade Católica de São Paulo, os educadores inevitavelmente percebem que as tecnologias de informação estão cada vez mais atreladas à educação. ?Neste quadro cabe muitas vezes aos diretores das escolas se envolverem e motivarem a utilização da tecnologia pelos educadores?, afirma.
Em Curitiba, a Secretaria Municipal de Educação criou todo um setor para fomentar entre seus educadores e profissionais a aderirem e incorporaram tecnologias no cotidiano escolar. Trata-se do Departamento de Tecnologia e Difusão Educacional, dirigido por Marilda Confortin. ?As escolas da rede pública da cidade começaram a implantar laboratórios de informática desde 1998. E aprendemos que tecnologia envolve difusão e, especialmente, capacitação?, afirma a diretora.
Ela conta que a informática rapidamente passou de uma ?extravagância? em algumas poucas aulas, saindo do setor de administração para se transformar numa importante ferramenta pedagógica. ?E como toda tecnologia, ela evoluiu. Por isso os diretores da rede precisam, na medida em que ela avança, mudar a capacitação e disseminar a necessidade de estar atualizado entre a sua equipe. Por isso, as capacitações acontecem anualmente.?
Desde o início da implantação da informática na rede, 8,2 mil profissionais fizeram cursos tecnológicos oferecidos pela secretaria. Além disso, os professores têm cursos em softwares exclusivos para educação que a Prefeitura utiliza em suas escolas. Outro diferencial, conta a diretora, é que existe uma verba descentralizada para que as escolas possam adquirir eventualmente algum equipamento que os professores julguem necessário para aprimorar as aulas. ?Isso é um motivador a mais, pois podem pensar em ter algum recurso especial caso planejem bem esta aquisição.?
Mesmo assim, Marilda diz que não dá para forçar algum professor mais resistente a gostar de informática. Por isso seu departamento criou a figura do ?professor mentor? dentro do laboratório de cada uma das escolas, dando a ele todo o subsídio necessário para auxiliar os outros professores. ?Então quando algum desses professores com maior dificuldade prepara sua aula, pode pedir ajuda para este mentor, que continua sendo um professor como os outros, em sala, mas que por ter mais afinidade, um perfil mais próximo da informática, replica o conhecimento na linguagem deles, não como um técnico.? Com a ajuda desses professores regentes, os alunos fazem pesquisas, experimentam sites educativos e jogos relacionados ao conteúdo dado em sala de aula.