Por favor, atualize o browser!

Passados cinco meses do lançamento do Internet Explorer 8 (IE8), a versão mais nova do navegador da Microsoft, a companhia garante: nunca a migração para um novo browser foi tão rápida e satisfatória como desta vez. Mas os desenvolvedores de web querem mais. Fervem blogs pedindo uma suposta “morte ao IE6”, a versão mais utilizada do navegador até hoje. A companhia entende, mas vê também uma certa intriga da oposição nas críticas ao irmão mais velho do navegador. E acredita que a troca é questão de tempo, afinal, o Windows 7 vem aí e, com ele, o Explorer 8 reinará por tabela.

Já adaptado ao que dita o W3C (espécie de consórcio que delimitou padrões para os navegadores), o IE8 é recomendado justamente aos designers e programadores, que, ao contrário do que deveria acontecer, acabam trabalhando dobrado ao ter de adaptar as pages à primeira geração do IE.

Famosa por sempre “fazer tudo do seu jeito”, é a primeira vez, também, que a Microsoft resolve adequar seus padrões às normas do consórcio de internet. Bom pra todo mundo, já que facilita a vida dos profissionais e ainda por cima garante segurança e navegabilidade facilitada ao usuário. No entanto, segundo a companhia, uma fatia de mercado importante ainda utiliza a versão IE6: as empresas.

O gerente de produto de Internet Explorer no Brasil, Pedro Bojikian, explica que os acessos corporativos são a principal representatividade da antiga versão. “As empresas desenvolvem muitos programas para rodar sobre o navegador. E elas não podem simplesmente instalar uma versão nova sem fazer primeiro a homologação (testes para ver como os sistemas se adaptam à novidade), sob o risco de que programas que são vitais para seu funcionamento não funcionem mais”, justifica.

A transição custa dinheiro e, nesse caso, Bojikian acredita que as companhias aguardam a chegada do Windows 7. “Como uma das principais funcionalidades do Windows 7 é o IE8, as empresas farão a homologação de qualquer forma. Para que gastar tempo e dinheiro antes disso? Melhor esperar para fazer tudo de uma vez”, explana.

Fim ao Internet Explorer 6? Tudo bem, mas veja lá como fala

Divulgação/Microsoft
Reprodução dos recursos de aceleradores (acima) e webslices.

É fato que, para desenvolvedores de sites, adaptá-los ao IE6 dá um trabalho danado. Quando Guilherme Nagüeva começou a trabalhar na agência Midiaweb, em Curitiba, dedicava-se exclusivamente a programá-los de forma a evitar bugs (aqueles erros no carregamento da página) para quem usa o IE6. “Às vezes, 80% do tempo de desenvolvimento de um site é gasto concertando bugs do IE6”, calcula. Por isso, o que para um usuário é um browser comum, para os profissionais é um verdadeiro problema. Apesar de defender os movimentos que pedem fim ao IE6, Nagüeva acha que não dá para ser radical. “É fato que muitas pessoas usam softwares piratas. Sem atualização automática, elas ficam usando a versão 6 mesmo. E embora seja uma fatia pequena do mercado que a utiliza, não podemos ignorá-la”, justifica. O IE8 realmente facilita a vida dos programadores, possibilitando incluir nos sites funções que, embora simples, nem sempre eram suportadas pelo antigo browser. “A gente tenta fazer formas de interpretar, mas o site fica mais pesado. Às vezes é mais fácil deixar de lado um design por não compensar o tempo e o trabalho da adaptação.” Para o desenvolvedor, o ideal seria orientar o usuário para que atualize o browser, mas não simplesmente exigindo que se desfaç,a da versão antiga, e, sim, esclarecendo as vantagens de segurança e funcionalidade.

À força

Depois do YouTube, a Google já anuncia que não dará mais suporte ao IE6 em um de seus sites mais acessados no Brasil, o Orkut. Pedro Bojikian acha que a concorrência tira proveito dos movimentos de “morte ao IE6” e diz que a Microsoft é contra a política de desassistir o usuário – mas admite que a mudança resultará em muito mais atualizações. “Acho importante fazer ações para conscientização, mas não ações forçadas”, conclui.

Motivos para migrar para a versão atual

O IE8 abre as páginas até 90% mais rápido que o IE7, a versão do meio da família. Além disso, o Internet Explorer 8 já foi criado dentro da era web 2.0, pensando na colaboração entre programa-usuário. Dentro deste contexto, destaque para algumas funcionalidades. Os aceleradores são uma delas. De acordo com dados repassados pelos usuários, a Microsoft apurou que, dentre as dez coisas que mais fazem na internet, nove dizem respeito a ações triviais de navegação, como clicar em um link, atualizar a página, etc. A única que fugia desse contexto era a função “copiar”. Daí entra o acelerador. Ao selecionar um texto, prevendo que o usuário irá copiá-lo para colar em um site de buscas, essa função adianta o serviço e já disponibiliza na própria página um ícone com uma janela que lista opções de sites. “Com um ou dois cliques eu resolvo o que antes exigia sete ou oito passos”, resume Pedro Bojikian, da Microsoft. A função também é disponibilizada em concorrentes como o Firefox e o Chrome, via extensões. As webslices, espécies de fatias da web, também agilizam os passos do usuário. Na barra de favoritos ficam disponibilizados os “pedaços” dos sites mais acessados, mostrando inclusive as atualizações, de forma que não é preciso ir a todo momento àquele site que você tanto visita para ver o que há de novo. O IE8 tem atalho para ativar a função; já no Firefox elas levam o nome de webchunks e devem ser adicionadas como complementos. Outra vantagem do IE8 é o In Private, ferramenta que, quando ativada, não registra os históricos de acessos, senhas e tudo o que você digita durante sua navegação. Vantagem, mas não novidade. O Firefox 3.5 já tinha a função. Chrome e Safari acompanham. No entanto, a despeito das facilidades, o principal fator que deve motivar a migração do usuário do IE para a versão mais atualizada é mesmo a segurança. “O IE6 tem brechas de segurança”, explica o desenvolvedor de web Guilherme Nagüeva. No browser antigo, multiplicam-se as chances de vírus entrarem, já que a maior parte deles é programada para penetrar nessa versão do navegador.

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