Foto: Divulgação

O plasma (à esquerda) é usado há pouco tempo. Já o LCD (abaixo) é usado há muito tempo em laptops, monitores e câmeras.

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A Copa do Mundo e a proximidade da chegada da televisão digital ao País tornaram a TV de plasma o sonho de consumo do brasileiro. Mas, para quem quer ter uma tela enorme, com fácil instalação e grande qualidade de imagem, a longo prazo, o plasma pode não ser a melhor opção.

Bem mais antigo que o plasma, o cristal líquido (LCD – de Liquid Cristal Display), que já era usado em laptops, monitores de computador e câmeras, promete ser a tecnologia dos próximos anos. Com uma resolução bastante superior (2 milhões de pixels, contra 786 mil de um aparelho de plasma de alta definição e 300 mil de um televisor normal), a superioridade do LCD ainda não pode ser percebida com as transmissões em alta definição de hoje, porém, nos próximos anos, com a consolidação da TV digital e a melhoria na qualidade de gravação e transmissão, a nitidez da imagem nos aparelhos de cristal líquido será muito maior do que a dos aparelhos de plasma.

Embora pareçam semelhantes, há uma grande diferença entre as duas tecnologias no processo de formação da imagem. As telas de plasma possuem um gás que, ao passar por um processo de ionização, assume o estado de plasma, também conhecido como o quarto estado da matéria. O plasma gera então raios ultravioleta, que atingem a superfície externa da tela, formando a imagem. Já as TVs de LCD têm uma lâmpada de luz branca (também chamada de backlight), cuja luminosidade é filtrada pelos cristais líquidos da tela. As TVs de LCD são mais leves que as de plasma e consomem menos energia. Há quem diga que o LCD é uma tecnologia mais promissora, que tende a substituir o plasma.

Por enquanto, o plasma ainda é muito mais aceito e conhecido pelos consumidores e um fator é determinante para isso: o custo de produção, que permite às telas de plasma chegarem ao mercado com um preço mais acessível. O plasma também é a única opção se você quiser uma tela maior que 46 polegadas, uma vez que a tecnologia é mais fácil de ser usada na produção em massa de aparelhos grandes. No Brasil, a maior tela de LCD à disposição tem 42 polegadas, enquanto é possível encontrar plasma com mais de 100 polegadas. O barateamento do LCD e o aumento de suas telas dependem de que se resolva uma questão industrial: reduzir o desperdício no corte das placas de cristal líquido com que se faz o aparelho.

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Mas essa questão já vem sendo resolvida. Segundo análise do instituto de pesquisas da indústria da TV DisplaySearch, o preço de um painel LCD de 40 polegadas caiu, no ano passado, 36% – mais rápido que a queda de 31% ocorrida nas telas de plasma de 42 polegadas. A previsão é que os preços recuem a taxas similares este ano, com as telas LCD de 40 polegadas e as de plasma de 42 polegadas sofrendo reduções de 25% nos preços.

A DisplaySearch prevê que as TVs LCD ficarão com 50% do mercado de televisores planos de 40 a 44 polegadas em 2009, comparado com 6% em 2005. A parcela do plasma cairá com isso de 71% para 49% nesse período. Entretanto, os fabricantes de plasma afirmam que os custos de produção mais baixos e imagens mais nítidas do plasma darão à tecnologia um lugar seguro no mercado. Entre as fabricantes de televisores, a Sony já decidiu que apostará suas fichas no LCD. Já Philips, Samsung e LG acreditam em ambas as tecnologias.

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As duas tecnologias ainda têm problemas

Tanto os televisores de plasma quanto os de LCD ainda apresentam alguns problemas que podem preocupar o consumidor, muitos deles relacionados ao fato de os aparelhos, desenvolvidos para o uso de sinal digital, estarem sendo usado em transmissões analógicas. E os fabricantes seguem na tentativa de solucioná-los.

No caso dos displays de plasma, há o problema de latência de imagem, ou burn-in, que acontece quando uma imagem estática, exibida por muito tempo acaba marcando a tela. Logotipo de canais, faixas de rodapé com notícias, tudo isso pode criar uma mancha permanente na tela. A situação se agrava mais ainda se o televisor for usado com vídeo-games, em cujos jogos são muito comuns essas imagens estáticas.

Outro problema, também relacionado ao burn-in, é que a televisão comum recebe o sinal analógico das transmissoras e a imagem é escalonada no chamado formato padrão 4:3, que significa 4 de largura por 3 de altura. A televisão de plasma é digital e trabalha com o formato usado no cinema e em filmes de DVD. É o chamado widescreen, de medida 16:9 ou 16:10, um retângulo, isso faz com que, para se assistir à programação da televisão aberta e da maioria dos canais à cabo sem distorção da imagem, gere-se duas tarjas pretas, grandes, nas laterais da tela. E essas tarjas também podem manchar o visor.

Uma das empresas que segue apostando no plasma, a LG, divulgou que já usa, em seus aparelhos, a tecnologia Orbiter, que gera uma vibração imperceptível na tela, evitando o problema de burn-in.

O LCD também apresenta problemas, que são menos graves. Em imagens muito rápidas, às vezes, é possível identificar rastros na tela, o chamado efeito fantasma ou ghost. Esses rastros são instantâneos, não mancham e não queimam a tela, mas incomodam bastante. Isso ocorre, também, porque o sinal é analógico. Segundo a Samsung, este problema está sendo resolvido com a diminuição dos intervalos entre os pulsos de luz, que passaram de 50 para oito milissegundos. (RP)