Plantas podem se reconhecer entre si

Experimentos mostram que a sálvia pode reconhecer uma planta geneticamente idêntica a ela brotando por perto. Além disso, os dois clones se comunicam e cooperam um mutuamente, para evitar serem comidos por herbívoros.

As descobertas aumenta a possibilidade de que as plantas, assim como os animais, muitas vezes preferem ajudar os seus parentes do que outros indivíduos. A habilidade para distinguir os semelhantes é vital na natureza. Permite que muitos animais mostrem favoritismo àqueles semelhantes geneticamente.

Alguns experimentos mostrara que se uma planta cresce perto de outras que não são da mesma família, as duas vão competir por nutrientes e água. Mas se crescer perto de outra da mesma família, as duas não vão tentar competir. Entretanto, nesses experimentos, quando dois brotos da mesma planta são cultivados juntos, suas raízes ainda competem pelos recursos. Isso implica que duas plantas separadas não podem reconhecer a família genética. Agora a pesquisa feita por Richard Karban da Universidade da California em Davis, EUA, e Kaori Shiojiri da Universidade de Kyoto em Otsu, Japão, revelou que algumas plantas são capazes de fazer isso.

Eles pegaram brotos da Artemisia tridentata, uma espécia de planta que não se reproduz normalmente por clonagem. Eles colocaram cada broto perto de seu parente genético, essencialmente seu clone, ou perto de uma sálvia que não fosse da mesma família, e deixaram as plantas crescerem na selva da Reserva Natural de Sagehen Creek da Universidade da California, nos EUA. Os pesquisadores cortaram cada clone que plantaram, conciliando os danos que podem ser causados por herbívoros naturais, como grilos.

Depois de um ano eles descobriram que as plantas crescendo juntas de seus clones lesados sofreram 42% menos danos de herbívoros do que aqueles crescendo junto de plantas lesadas que não são da mesma família. Karban suspeita que as plantas se comunicam usando componentes químicos voláteis. Quando uma planta é cortada, ou sofre ataque de herbívoros, ela emite esses ingredimentes químicos no ar, avisando aqueles ao redor para se defenderem, seja enchendo suas folhas com químicos nocivos ou movendo fisicamente seus troncos ou folhas de um modo menos atraente aos predadores.

“isto implica que as plantas são capazes de um comportamento mais sofisticado do que imaginamos”, afirmou Richard.

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