Plantas transgênicas são capazes de produzir em larga escala uma substância que poderá ser usada como princípio de um gel microbicida anti-HIV. O produto serviria como método feminino de prevenção contra aids. O estudo publicado nesta terça-feira (31) na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) utilizou 9.300 pés de tabaco selvagem (Nicotiana benthamiana) para produzir 60 gramas da proteína griffithsina (GRFT).
Em 2005, pesquisadores isolaram a substância e comprovaram que ela se liga à cápsula do HIV, impedindo que o vírus infecte as células imunológicas do hospedeiro. A proteína foi descoberta em algas vermelhas do gênero Griffithsia. Para produzi-la em laboratório, os cientistas modificaram geneticamente a bactéria Escherichia coli, transformando-a em uma pequena fábrica do microbicida. Em pouco tempo, perceberam que o método era caro e pouco eficiente. Seria inviável usar a técnica em uma linha de produção do gel.
Na pesquisa publicada hoje na PNAS, as bactérias foram substituídas por plantas. Cientistas americanos inseriram o gene que produz a GRFT no vírus do mosaico do fumo. Depois, inocularam o micro-organismo nos vegetais. Infectados, começaram a produzir a substância em grande quantidade, viabilizando a produção industrial do biofármaco.