São Paulo – Há 40 anos o homem chegou à Lua, mas desde então a exploração espacial não levou um único astronauta além do satélite terrestre. O destino seguinte é o mesmo que há muito tempo ocupa o imaginário humano: Marte, o vizinho vermelho.
Com o projeto de retomada dos voos tripulados para distâncias maiores do que a Estação Espacial Internacional que está a menos de 460 quilômetros da superfície da Terra, ir a Marte passou a ser questão de tempo.
Em meados de 2010, uma tripulação internacional com seis membros dará início a uma simulação de uma viagem a Marte. Serão, no total, 520 dias. Suficientes para incluir o percurso de ida e volta e um mês de exploração na superfície do planeta, cuja distância da Terra varia entre cerca de 55 milhões e 400 milhões de quilômetros, dependendo das posições dos dois em suas órbitas.
O objetivo é que o grupo permaneça esse tempo em uma instalação em local próximo a Moscou, na Rússia, de modo a investigar aspectos físicos e psicológicos envolvidos em uma missão de longa duração ao espaço. A Agência Espacial Europeia (ESA) busca cidadãos europeus que queiram fazer parte do projeto.
A missão é parte do programa Marte500, conduzido pela ESA e pelo Instituto de Problemas Biomédicos da Rússia, e dá sequência a outra que durou 105 dias, realizada no mesmo local e terminada em julho.
Após a “viagem” de ida, com duração de 250 dias, a tripulação iniciará a fase de exploração da superfície marciana. Nesse período, metade dos integrantes deixará a “nave” e passará para um módulo que simulará as condições encontradas no planeta, como uma pressão superficial de menos de 1% da terrestre e atmosfera com 95% de dióxido de carbono.
Os candidatos devem ter entre 20 e 50 anos, boa saúde, menos de 1,85 metro de altura e fluência em inglês ou russo. Devem ter formação e experiência profissional em medicina, biologia ou engenharia de sistemas, de computação, eletrônica ou mecânica. O período de inscrição termina em 5 de novembro.